Ubatuba retoma restrições turísticas na Ilha das Couves

Ação tenta evitar superlotações e problemas ambientais em área de preservação; regras são válidas até o fim de março

Área de maior atenção em Ubatuba, Ilha das Couves volta a ter medidas para impedir degradação (Foto: Divulgação PMU)

Lucas Barbosa
Ubatuba

A Prefeitura de Ubatuba confirmou que entrou em vigor na última sexta-feira (9) as normas de acesso turístico à Ilha das Couves. Adotadas pelo segundo ano consecutivo, as limitações de horários e números de visitantes durante a temporada turística buscam impedir que o local sofra danos ambientais.

Historicamente apontado por ambientalistas como um dos um dos atrativos naturais mais preservados de Ubatuba, a Ilha das Couves começou a partir de 2017 a receber um alto fluxo turístico após influenciadores digitais publicarem fotos do local nas redes sociais. Desde então, o ponto passou a registrar superlotações, principalmente durante o Verão.

Depois de denúncias sobre degradação ambiental na ilha, provocada principalmente pelo lixo deixado pelos visitantes, o MPF (Ministério Público Federal) abriu uma investigação no fim do primeiro semestre de 2019. Na sequência, os técnicos do órgão constataram no local, além da falta de controle sobre o número de embarcações que transportavam turistas, danos provocados na vegetação e no equilíbrio do ecossistema marinho.

Buscando reverter o cenário, o MPF cobrou que o Governo do Estado adotasse medidas de restrição no atrativo natural. Através da Fundação para a Conservação e Produção Florestal, o Estado determinou no fim de dezembro do ano passado que a Prefeitura de Ubatuba alterasse as normas de acesso ao ponto turístico.

Executivo e famílias da comunidade caiçara Picinguaba, que fica próxima à Ilha das Couves, definiram uma série de regras de visitação ao ponto. Colocadas em prática pela primeira vez entre 4 de janeiro e 31 de março de 2020, as normas entraram novamente em vigor na última sexta-feira (9) e seguem até 31 de março de 2021.

Com a medida, a visitação na ilha passou a ser limitada a 177 pessoas por vez, em faixas de horário (das 8h às 12h, das 12h às 15h e das 15h às 18h), um total de 531 visitantes por dia. Cada grupo de turistas poderá permanecer apenas três horas no local.

O transporte dos visitantes, das 8h às 12h, é permitido apenas por barqueiros da comunidade da Picinguaba. Já no período das 12h às 15h, o serviço poderá também ser realizado por escunas de empresas turísticas dos bairros do Centro e Itaguá.

Das 15h às 18h, também estão autorizadas as atuações dos barqueiros das comunidades do Almada, Estaleiro e Ubatumirim.

Segundo a atual gestão municipal, comandada pelo prefeito Délcio Sato (PSD), agentes da Prefeitura e da Fundação para a Conservação e Produção Florestal, fiscalizarão, regularmente, o cumprimento das exigências. Em caso de infrações, os barqueiros e empresas turísticas serão multadas, correndo risco de perderem suas licenças de trabalho.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?