Cidades da região buscam adequação para aumento da frota de veículos

Com índice de dois habitantes por automóvel; Prefeitura de Lorena estuda o retorno da Zona Azul

Carros enfileirados na rua Padre João Renaudin, principal acesso à rodoviária; cidade tenta se organizar (Foto: Rafaela Lourenço)
Carros enfileirados na rua Padre João Renaudin, principal acesso à rodoviária; cidade tenta se organizar (Foto: Rafaela Lourenço)

Rafaela Lourenço
Região

A mobilidade urbana é um dos maiores desafios na atualidade do País. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Região Metropolitana do Vale do Paraíba, em dez anos, dobrou a quantidade de veículos. De acordo com a pesquisa da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), o Médio Vale totaliza 263,9 mil veículos. Lorena e Cruzeiro aparecem com 2 e 2,07 habitantes por automóvel respectivamente.

O cenário cresceu consideravelmente nos últimos cinco anos. Segundo a Seade, Lorena possui 42,3 mil veículos, o equivalente a dois habitantes por carro e moto. Cruzeiro (cidade com população próxima) possui 37,8 mil e 2,07 habitantes por veículo. Na região, a cidade que registrou o maior número de automóvel por morador foi Guaratinguetá, com 65,5 mil para 1,76 pessoas.

De acordo com a Prefeitura de Lorena, em virtude da largura das vias, especialmente na área central, que possui medidas entre 5,50m e 6m, a cidade não comporta o número de veículos, principalmente para áreas de estacionamento. “Dá pra ver que aumentou o número de carros, mas ninguém quer gastar dinheiro. Preferem deixar na rua que no estacionamento particular”, comentou o responsável por um estacionamento no Centro da cidade, Edson Okubo.

Para o auxiliar administrativo, José Carlos de Oliveira, morador de Cachoeira Paulista que trabalha em Lorena, as cidades do interior não foram construídas para comportar tantos carros. “Só os doutores, uns e outros que tinham carro, mas agora está demais. Para tentar resolver isso, a única saída é o rodízio de placas como foi feito na Capital”, opinou.

A aposentada Aparecida Marton acredita que não há necessidade de usar o veículo para tudo. “Uso o carro mais para ir pra roça devido à distância, mas aqui dentro da cidade vou a pé, porque não tem onde parar lá embaixo”.

Na tentativa de desafogar o trânsito em Lorena e incentivar o uso das bicicletas, a secretaria de Trânsito e Transporte vai instalar mais de três quilômetros de ciclovias na cidade. A implantação teve início na avenida Marechal Argolo e posteriormente serão contempladas as avenidas São José, Targino Vilella Nunes, Dr. Minoru Shirota (em frente a Yakult) e Marechal Teixeira Lott.

A solução para a aposentada Rosa Maria seria o transporte público receber mais investimentos e a abertura de mais vagas para estacionamento nas ruas. “Capacitar o transporte público talvez ajudasse a não precisar usar o carro para tudo, e a gente precisa ter mais vagas para idosos, porque muitas pessoas desrespeitam e estacionam nas nossas vagas. É muito constrangedor”, salientou.

Mesmo com o depoimento negativo de Okubo, a Prefeitura acredita que a região central da cidade deve receber novos estacionamentos particulares. Para tentar amenizar a falta de vagas no centro, a secretaria de Trânsito e Transportes estuda a volta do sistema Zona Azul, paralisado na gestão Paulo Neme.

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