Alvo de críticas na região, Correios define nova greve

Funcionários determinam data para paralisação nacional; associação prevê interrupção dos 36 sindicatos até que reivindicações sejam atendidas

Serviços dos Correios, que serão paralisados no próximo dia 18; reclamações (Foto: Arquivo Atos)

Bruna Castro
RMVale

Após uma reunião realizada pela Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares) foi determinada a nova data para a paralisação nacional dos Correios. A greve, que está marcada para o próximo dia 18, foi justificada pela insatisfação dos funcionários em relação ao aumento da mensalidade no plano de saúde, além da recente convocação do presidente Jair Bolsonaro contra o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal), que foi interpretado com repúdio pela direção.

A medida deve gerar novas reclamações ao serviço, alvo de críticas na região. Em setembro a categoria também entrou em greve, dessa vez contra a privatização da empresa. Os servidores também foram contra o corte de direitos e reivindicaram o reajuste que cobrisse a inflação do período.

Desde 2016, a estatal faz parte do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) que busca ampliar os processos de desestatização e firmar contratos de parcerias por meio da iniciativa privada. De acordo com o Governo Federal, as empresas que fazem parte do programa podem passar pela privatização, venda, abertura de capital ou extinção. “Diante de todos os acontecimentos e depois de um amplo debate, a direção da Fentect entendeu que neste momento devemos readequar o calendário do dia 3 para acumularmos força e fazermos uma grande greve no próximo dia 18”, declarou a direção do sindicato, em nota na última segunda-feira.

Reclamações – Na RMVale, os serviços prestados pelos Correios se tornaram o núcleo da insatisfação popular. Em Lorena, os moradores fazem coro ao grupo de insatisfeitos com os serviços prestados pelos Correios na região. Entre as reclamações estão a falta de carteiros para a quantidade de correspondências e atrasos na entrega de contas e outros documentos com prazos de vencimento.

Moradora da Cecap, a dona de casa Roseli Moraes, 57 anos, afirmou que os atrasos são a principal fonte de problemas. “Ultimamente eles não estão entregando a correspondência na data devida. As faturas chegam em atraso e a gente com dificuldade para pagar as contas ainda tem que pagar a multa”.

Quem também passou pela mesma situação foi o aposentado Wilson Marques, 67 anos, morador do bairro Vila Simão, que recebeu uma fatura quinze dias após o vencimento. “Não fui reclamar porque sempre alegam que não têm funcionários suficientes. Então não tem a quem reclamar”.

Para a redação do Jornal Atos, a empresa esclareceu que medidas já foram tomadas em relação às reclamações levantadas. “Foram detectados atrasos pontuais nas entregas de correspondências devido a sobrecarga de objetos postais. Os Correios já tomaram as providências necessárias e as entregas na localidade serão regularizadas”.

 

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