Vereadores arquivam CEI dos medicamentos em Potim

Parecer encerra investigação sem abertura de processo de cassação; oposição deve encaminhar denúncias ao MP

Rafael Rodrigues
Potim

O relatório da CEI (Comissão Especial de Inquérito) que apurava denúncia de irregularidades na compra de medicamentos em Potim foi rejeitado pela Câmara, durante sessão realizada nesta última terça-feira. Apesar de ter recebido seis votos favoráveis, era necessário que 2/3 dos parlamentares, ou seja, oito votos, optassem pela aprovação do documento, que pretendia dar sequência em um processo de cassação do mandato do prefeito Edno Felix, o Nenê (PTdoB).

Com os cinco votos contrários à abertura de uma processante, restou agora aos vereadores de oposição, o encaminhamento da denúncia para o Ministério Público de Aparecida.

Os contrários à possível cassação de Nenê, foram os vereadores Juarez do Nascimento (PP), Eduardo Elias Andrini (PSB), José Randolfo Barbosa (PR) e os suplentes Cida, e Zé Roberto, enquanto os votos favoráveis vieram dos parlamentares, Willian Amaral (PV), Diego Soares (PDT), Maria Rodinéia Rodrigues Paixão (PRB), Renato Domiciano de Castro (PR) e Fabiana Soler (PR) e Rogério Pinheiro Vilela (PSB).

A presença dos suplentes Zé Roberto e Cida foram justificadas pelas ausências dos vereadores João Guilherme Santos Angelieri (DEM) e André Luiz Bertulino (DEM) que não foram a sessão alegando problemas particulares. A troca, considerada pela oposição como manobra política, gerou desconforto em algumas pessoas, já que ambos, até então, ocupavam cargos de comissão na atual administração.

O vereador Diego Soares disse que o assunto está encerrado na Câmara e que cabe agora à justiça avaliar os indícios de irregularidades. “Sobre esse assunto não há mais nada a ser feito. Agora cabe ao ministério público avaliar nosso relatório, porque nós não temos mais o que fazer”.

Para o relator da CEI, Willian Amaral, a cidade perdeu com a rejeição do documento. “Foi uma vergonha para cidade do Potim alimentar todos os procedimentos errados que a Administração está fazendo. A impunidade sobreviveu e uma injustiça contra a população do Potim”.

Soares ressaltou também que a intenção era mesmo afastar o prefeito Nene. “Se tivéssemos os votos necessários, iríamos decretar o afastamento dele (prefeito), mas infelizmente alguns vereadores que foram votar são funcionários da prefeitura, por isso esse placar”.

Apesar da derrota da oposição, os vereadores dizem que novas investigações devem acontecer na cidade, não descartando novas CEI’s na Câmara. “Do relatório do TC (Tribunal de Contas) existe mais de trinta empresas investigadas nesse mesmo aspecto, e vamos continuar a fiscalização, e as denuncias continuarão sendo apuradas”.

Investigação – Durante aproximadamente noventa dias, os vereadores investigaram a compra de medicamentos da prefeitura de Potim, que segundo apontamentos do TCSP não foram entregues pela empresa contratada. De acordo com a denúncia, foram gastos mais de R$ 200 mil na compra desses remédios, mas não há registro de que eles tenham dado entrada na secretária de saúde do município.

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