Temendo punições judiciais, Erica Soler anuncia concessão do tratamento da água

Responsável pelo serviço deve ser anunciada até o fim de agosto; Justiça cobra solução para problema

Morador busca água durante uma das crises no abastecimento de Potim; prefeita aposta lei de Benito (Foto: Arquivo Atos)
Morador busca água durante uma das crises no abastecimento de Potim; prefeita aposta lei de Benito (Foto: Arquivo Atos)
Lucas Barbosa
Potim
A prefeita de Potim, Erica Soler (PR), confirmou na manhã da última quinta-feira que será realizada a concessão do serviço de tratamento de água e esgoto do município até o fim do ano. A medida é uma alternativa para tentar atender uma determinação judicial e uma antiga reivindicação da população, que cobra avanços no sistema de saneamento básico.

Publicado na última quinta-feira no Diário Oficial da União, o edital de consulta pública do processo de concessão do serviço de tratamento de água e esgoto de Potim permanecerá aberto por trinta dias, buscando atrair empresas interessadas em assumirem o serviço. Após este período será realizado o processo licitatório para a contratação da terceirizada vencedora da disputa. A previsão do município, que atualmente não conta com os serviços de tratamento de água e esgoto, é que o trâmite seja concluído até o fim de agosto.

A chefe do Executivo explicou os fatores que motivaram a decisão, que devido a uma lei municipal, não necessitou do aval da Câmara. “Quando assumimos em 2017 verificamos que as contas com o serviço não batiam. Era muito gasto e pouco recebimento, com isso ter uma água de qualidade seria inviável. A criação de uma autarquia resultaria em investimento de milhões, recurso que a Prefeitura não dispõe. Com isso a modalidade de concessão foi a mais adequada para a realidade do município”.

Além de mais qualidade de vida à população, Erica ressaltou ainda que a adequação do serviço garantirá que ela e a cidade não sofram punições judiciais devido a problemas de saúde relacionados à baixa qualidade da água. “Estamos sendo onerados com o aumento dos gastos com a saúde, devido ao crescimento de casos de doenças como a dengue, tendo em vista que a nossa água é propicia para a proliferação do mosquito devido aos agentes químicos naturais existentes. Corremos o risco de sermos penalizados pela Justiça por conta de uma ação que prevê multas diárias de R$ 10 mil aos cofres públicos, e outros R$ 10 mil de minha própria conta, devido a ausência dos serviços de tratamento”.

Dengue – De acordo com a Prefeitura, até a última sexta-feira foram registrados 24 casos de dengue, sendo 15 importados (contraídos em outras cidades) e 9 autóctones (infectados no município).

O número alarmante poderá crescer nas próximas semanas, já que 110 moradores aguardam a liberação do resultado de seus exames.
Além do desenvolvimento de projetos de conscientização, o Executivo intensificou nos últimos meses as ações de vistorias em imóveis e nebulizações pela cidade.

No último dia 11, Potim sediou uma reunião regional de saúde sobre o avanço de casos de dengue no Vale do Paraíba. Além do município sede, o encontro contou com a participação de representantes da Vigilância Epidemiológica de Aparecida, Canas, Cachoeira Paulista e Guaratinguetá.

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