Pacientes voltam a reclamar de falta de medicamento em Potim

Foco de CEI que investiga fraudes na saúde e apontamentos do Tribunal de Contas, Prefeitura não oferece remédios à população

A Unidade Básica de Saúde centraliza a maior parte do atendimento em Potim; população critica falta de medicamento (Rafael Rodrigues)
A Unidade Básica de Saúde centraliza a maior parte do atendimento em Potim; população critica falta de medicamento (Rafael Rodrigues)

Da Redação
Potim

Investigada na Câmara e passando por uma varredura do TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) referentes a possíveis fraudes na compra de medicamentos, a Prefeitura de Potim não tem conseguido manter o fornecimento de remédios. Pelo menos é isso que garante os moradores da cidade que precisam da farmácia municipal.
Quem faz tratamento de alto custo, ou até mesmo quem necessita de medicação contínua sofrendo com a falta dos produtos.
Com uma mãe sofrendo de uma grave doença neurológica, Andrea Nunes se queixou que o remédio necessário para o tratamento paliativo da doença deveria ser entregue gratuitamente pela Prefeitura, com base em determinação judicial.
Apesar da persistência de Andrea, a diretoria de Saúde não estaria entregando remédios como o Prolopa, indicado à pacientes que sofrem de Parkinson. “Já tem dois meses que ele (o medicamento) não vem para minha mãe. Eu sempre vou lá na UBS (Unidade Básica de Saúde) e eles não tem informações nem de quando o remédio chegará na cidade”, criticou a jovem, que luta contra a doença da mãe.
De acordo com a diretora de saúde de Potim, Gislaine Félix de Abreu a compra do Prolopa já foi efetuada, entretanto, foi feito uma licitação e por isso é necessário que se cumpra os prazos legais até que o remédio seja entregue. “Já fizemos a compra, mas houve uma licitação e a firma que venceu tem um prazo para cumprir. Agora estamos esperando a chegada do medicamento, e tudo isso já explicamos aos pacientes”.
Félix tentou justificar a demora, alegando que após feito o certame a Administração Municipal fica impedida de efetuar a compra de maneira emergencial de outra empresa. “Quando fazemos um processo licitatório para compra de um medicamento, é necessário ser de conhecimento de todos, que a Prefeitura não pode mais comprar em nenhum outro local, e os pacientes infelizmente tem que esperar”.
Caso os medicamentos não sejam entregues, a administração notificará a empresa vencedora da licitação e deve buscar outro fornecedor.
Sobre outros medicamentos oferecidos gratuitamente pelo SUS, a diretora fez questão de ressaltar que muitos são oferecidos pelo Estado, e que não é de responsabilidade do Município o atraso na entrega. “Também temos reclamações de outros medicamentos controlados, mas que são oferecidos pelo Governo do Estado, então não é culpa da Prefeitura de Potim, mas sim do Estado que está atrasando a entrega desses remédios”.
CEI – Paralelamente a deficiência na distribuição de medicamentos por parte da Prefeitura de Potim, a Câmara de vereadores continua com as investigações para apurar as possíveis irregularidades apontadas pelo TCE. De acordo com o órgão, foram gastos cerca de R$ 200 mil em medicamentos em 2015, mas eles nunca foram entregues.
Segundo a comissão que apura os fatos, dentro de trinta dias um relatório será enviado ao plenário para solicitar ou não a abertura de uma processante, que poderá terminar com a cassação do mandato do atual prefeito Edno Félix.

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