Protesto de comerciantes, empresários e motoristas de aplicativo por reabertura recebe resposta de Isael

Lojistas de Pinda e Uber’s questionam restrição e temem maior perda econômica; Prefeitura destaca obstáculo após condenação judicial

Uma das ruas de Pinda, com parte do comércio fechado após regresso à fase vermelha; comerciantes protestam (Foto: Bruna Silva)

Bruna Silva
Pindamonhangaba 

Após Pindamonhangaba voltar à fase vermelha da flexibilização da quarentena, a mais rigorosa do Plano São Paulo, na última segunda-feira (25), comerciantes, empresários e motoristas de aplicativos passaram a pedir maior flexibilização das atividades. Uma carreata por menos restrições foi organizada, nesta quarta-feira (27) e obteve resposta no dia seguinte.

Para os organizadores, a alta nos casos de Covid-19 no município se dá diretamente pelas festas com aglomeração e não pelo funcionamento do comércio, que atende com os protocolos de saúde. Os manifestantes destacaram que, uma vez que as lojas estejam fechadas, cai também o fluxo dos passageiros dos motoristas de aplicativos, que engrossaram o coro para cobrar medidas que os assegurem financeiramente. “As lojas fecham, mas as contas não param de chegar”, frisou um nos manifestantes, em meio à carreata. Eles apontaram também a falta de fiscalização em locais com aglomeração.

O convite para manifestação, que saiu da rodoviária em direção à rotatória do Tenda, foi estendido para diferentes setores, inclusive para donos de academia, mas a adesão não foi como esperada.

Após o protesto, o prefeito Isael Domingues (PL) recebeu em seu gabinete, na manhã desta quinta-feira (28), comerciantes e motoristas de aplicativo, em encontro que contou também com membros do Comitê de Enfrentamento ao Covid-19, em Pindamonhangaba.

Isael garantiu que as portas do seu gabinete estão sempre abertas para o diálogo com o grupo e que as novas alterações têm obstáculo jurídicos gerados após condenação por descumprimento dos decretos de enfrentamento à pandemia, com foco nas normas sanitárias do Estado. “Importante vocês entenderem esse quadro para não gerar comentários de que outras cidades flexibilizaram mais. Diversas cidades, como recentemente Taubaté, agiram com maior liberalidade e foram obrigadas a retroceder”, lembrou o prefeito.

A secretária de Saúde, Valéria dos Santos, pontuou as ações que estão sendo tomadas no enfrentamento e citou os estudos que já estão em andamento visando a ampliação de mais leitos UTIs. “Quero aproveitar também para destacar algumas fakes news que precisam ser combatidas. Não é verdade que inflamos o número de casos de covid-19 e muito menos que o município recebe valor de R$ 12 mil para cada notificação de óbito da doença”, afirmou Valéria.

Ciente do quadro jurídico e epidemiológico, os representantes debateram questões de apoio que o município pode ofertar à categoria visando trazer menos prejuízos possíveis num momento crítico que a economia está passando. “Elaboramos algumas pautas que serão desenvolvidas pela Secretaria de Segurança e Jurídico junto a categoria como forma de amenizar as dificuldades. Estamos aqui sempre pra somar e nunca prejudicar. A reunião foi muito produtiva e esclarecedora”, afirmou Dr. Isael.

Ainda nesta semana, a Administração anunciou que foi condenada judicialmente a cumprir as medidas do Plano São Paulo, enquanto perdurar a crise sanitária.

A medida é referente ao aumento do horário de atendimentos de salões de beleza e barbearias, ainda no último ano, para seis horas diárias, enquanto a previsão pelo Estado era de quatro horas.

O Município, que já registrou 35 mortes por Covid-19 no último mês, não deve ceder às pressões dos comerciantes, devido à condenação. A taxa de contaminação segue em alta. Em cerca de dez dias, a cidade identificou mais de novecentas novas contaminações.

 

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