Pinda corre risco de perder três ambulâncias do Samu

Comus e Prefeitura trocam críticas após impasse; Governo Federal cobra fim de entrave em até um mês

Samu Pinda
Com transferência da central do SAMU, moradores de Pinda podem ficar sem o atendimento na cidade (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Pindamonhangaba

A “queda de braço” entre a Prefeitura de Pindamonhangaba e o Comus (Conselho Municipal de Saúde) sobre o processo de transferência da Central de Regulação Médica do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para Guaratinguetá, pode acabar resultando na perda de três ambulâncias. O Governo Federal alertou o Município na última semana que o entrave tem que ser resolvido num prazo de até um mês.

Na última terça-feira foi realizada uma reunião ordinária do Comus no Centro de Especialidades Médicas, na região central de Pindamonhangaba. Durante o encontro, a diretora de Saúde, Mariana Freire, ressaltou a necessidade da comissão aprovar com urgência a transferência da Central do Samu, já que o Conselho Municipal de Saúde de Guaratinguetá solicitou a documentação que comprove o aval do Comus de Pinda.

Mariana demonstrou também sua preocupação com a possível perda de três ambulâncias, destinadas em julho ao Município, já que o Governo Federal comunicou que os veículos já deveriam estarem habilitados e geridos por uma central de regulação do Samu.

Na sequência, a presidente do Comus, Irene Ribeiro, ordenou que fosse iniciada uma votação para que os membros definissem se iriam colocar em discussão a proposta da transferência da central. Mas após discussões entre conselheiros e um grupo de pessoas que acompanhava o encontro, Irene decidiu encerrar a reunião.

A atitude foi criticada pela diretora de saúde. “É lamentável a cidade correr o risco de perder três ambulâncias por causa desta intransigência da Irene. Ela argumenta que está aguardando órgãos de esferas superiores, como o Ministério Público, se manifestarem se o Samu pode ser regulado por Guara. Isto é contraditório, porque o Comus deveria ter autonomia para se posicionar”.

Além de negar que o Comus estaria propositalmente travando a transferência da Central de Regulação, Irene rebateu as críticas de Mariana. “Não faz sentido o conselho aprovar isto, se até agora não houve o aval do Ministério Público e de importantes órgãos de saúde. Não é do Comus a responsabilidade por a cidade estar quase perdendo estas ambulâncias, mas sim da Prefeitura que cometeu diversos erros desde a época que decidiu sair do Cisamu (Consórcio Intermunicipal do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)”.

De acordo com a Prefeitura, um relatório será encaminhado nos próximos dias ao Ministério Público explicando o impasse, com o objetivo de que o órgão a autorize concluir os trâmites legais para a transferência da Central de Regulação Médica do Samu para Guara, mesmo sem o aval do conselho municipal.

Histórico – No fim de março, Pinda anunciou sua saída do Cisamu, gerido pelo prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB). O consórcio também conta com Campos do Jordão, Tremembé, Santo Antônio do Pinhal, Lagoinha, Redenção da Serra, Natividade da Serra e São Luiz do Paraitinga.

De acordo com a Prefeitura, a medida ocorreu devido à falta de condições financeiras para arcar com a despesa anual de quase R$ 5 milhões.

Desde então, a empresa Emercor e a Clínica Médica Vale Guaratinguetá são responsáveis pelo serviço de urgência e emergência no município.

 

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