Movimento social mantém ocupação de área estadual em Pindamonhangaba

Terreno é invadido pela terceira vez desde agosto de 2017; 250 famílias seguem acampadas em fazenda da Apta

Acento do Movimento dos Sem Terra, em Pinda; debate do Estado com grupos segue sem solução (Foto: Reprodução)
Acento do Movimento dos Sem Terra, em Pinda; debate do Estado com grupos segue sem solução (Foto: Reprodução)

Lucas Barbosa
Pindamonhangaba

Pela terceira vez nos últimos seis meses, famílias integrantes de movimentos sociais baseados na luta por reforma agrária ocuparam uma área em Pindamonhangaba que pertence ao Governo do Estado. Após uma assembleia na última terça-feira, os manifestantes anunciaram que permanecerão na propriedade por tempo indeterminado.

Localizado às margens da rodovia Presidente Dutra, o terreno, que conta com uma área de 1.425 hectares, é de propriedade da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios). O órgão estadual desenvolve no local pesquisas científicas e tecnológicas ligadas a agronomia.

Com a justificativa de que cerca de 350 hectares da propriedade são improdutivos, em 21 agosto do ano passado cerca de sessenta famílias do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram o local. Os ocupantes, que reivindicavam que a fazenda fosse transformada em um assentamento agroecológico, deixaram o local dez dias depois após determinação judicial.

Já em 17 de fevereiro de 2018, cerca de 250 famílias do movimento FNL (Frente Nacional de Luta) ocuparam a fazenda. Mas, dois dias depois, a Justiça ordenou a reintegração de posse do local.

Na sequência, os manifestantes desocuparam a área e se deslocaram para a margem da Dutra, no trecho de Caçapava, onde permaneceram até o último dia 23. Porém, no dia seguinte a FNL retornou para a fazenda em Pindamonhangaba.

Durante assembleia realizada na última semana, a liderança do movimento anunciou na última terça-feira que continuará acampada no terreno até que a Justiça entre em contato com a Superintendência Regional do Incra (Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária), para oficializar uma possível transferência do terreno para o Instituto.

Até o fechamento desta edição, os manifestantes permaneciam no local e o Judiciário não havia se pronunciado.
A reportagem do Jornal Atos tentou entrar em contato com a Apta, mas nenhum responsável foi localizado para comentar o caso.

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