Gestão e saúde são destaque durante sessão em Pinda

Vereadores questionam investimento na saúde, velório e o fim de Cepam

Sessão Pinda 31 de agosto_Ana Camila Campos (6)
Manifestação de Agentes Comunitários da Saúde foi um dos destaques da Sessão (Foto: Ana Camila Campos)

Ana Camila Campos

Pindamonhangaba

Entre os assuntos abordados na Câmara de Pindamonhangaba na última segunda-feira, três chamaram a atenção de quem acompanhava a sessão: as críticas à administração municipal e estadual, quanto ao velório e encerramento das atividades do Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal), e, mais uma vez, os problemas enfrentados pela população quanto à saúde pública.

O vereador professor Osvaldo Negrão (PMDB) questionou a situação do velório municipal. “Todos nós chamamos de velório municipal, que de municipal não tem nada. Ele é explorado financeiramente a valores altíssimos e a nossa sociedade vive à mercê dessa exploração”, apontou.

O vereador explicou que fez um requerimento que recebeu respostas contraditórias. “Eles dizem que, desde a construção do velório, foi feito um conselho em que foi definido que o terreno era da Santa Casa e a construção feita pela Prefeitura e que, através dessa construção, o dinheiro utilizado pela Administração atenderia aos moradores com menor custo. Desde 1993, tem sido solicitado que seja esclarecido qual é esse convênio e onde está esse convênio que a Prefeitura não encontra”, cobrou.

Osvaldo completou, dizendo que solicitou novamente a papelada e que não foi encontrada. Ele ressaltou que trata-se de “omissão do poder público  em referência ao bem público”, ou seja, o dinheiro que é do cidadão e não pertence à administradores. “Simplesmente existe um descaso em relação a isso e, até agora, o convênio não chegou até nós. Estou protocolando, tanto na Prefeitura como no Ministério Público, para que haja uma explicação se existe velório. Se foi feito com dinheiro público, porque ele é explorado e visa lucro?”

Cepam – Osvaldo comentou ainda sobre o parecer do governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a extinção do Centro de Estudos. De acordo com o Estado, trata-se de um dos órgãos mais sérios existentes e que os municípios podem consultar para verificar o que é legal ou ilegal.

“Devido à politicagem do governador, que está no poder desde 1996 (o vereador se referiu ao partido, que governa São Paulo há 19 anos), sucateando a educação por exemplo, agora vão fechar o Cepam, que é o único órgão sério consultivo que o município tem”, protestou. “Diz o governador que é para economizar. Se economiza combatendo a corrupção; se economiza sendo sério na gestão; se economiza não tendo pessoas que vêm para corromper e levar dinheiro público, não fechando um órgão tão sério. Vamos economizar no que é sério. Proponho a todos os vereadores que assinem o requerimento para que, os partidos que são contrários ao fechamento apoiem e que a Lei seja revogada”, sugeriu Osvaldo Negrão.

Saúde – Carlos Eduardo de Moura, Magrão (PPS), trouxe novamente à tona a questão das cirurgias eletivas. Ele fez um requerimento à secretária de Saúde, com cópia para a Santa Casa, solicitando a quantidade das cirurgias eletivas disponíveis mensalmente de acordo com o contrato vigente e quantas foram realizadas desde o início do contrato. Além disso, questionou o motivo do cancelamento dessas operações. Ele classificou como “mesquinha” a forma de fazer saúde na cidade.

“São inúmeras as reclamações de munícipes que estão sendo comunicados do cancelamento das cirurgias e a maioria dos pacientes está sendo prejudicada. Está uma palhaçada a questão das marcações, ligando de última hora para cancelar. É uma situação lamentável que estamos vivendo na cidade”, desabafou.

O presidente da Comissão de Saúde da Casa, Dr. Marcos Aurélio Villardi (PR), comentou que a secretaria respondeu um requerimento dele com tais dados que o jovem parlamentar questionou, que contém diversas informações sobre o assunto.  Foi informado que são contratadas 128 cirurgias por mês e, em janeiro, nenhuma foi realizada; fevereiro, 22; março, 49; abril, 41; maio, 46; junho, 64 dentro das diversas especialidades. “Isso não atinge nem a metade do número contratado”, alertou.

Ele ainda complementou, dizendo que existe uma pontuação e que o prestador precisa atingir, pelo menos, 85% desse índice, que implica em pontos que serão recebidos no final. “Eles estão querendo modificar isso porque não estão atingindo a meta, porém, não foi aprovado pela secretária”.

Marcos Aurélio falou sobre a justificativa da Santa Casa quanto aos cancelamentos, dizendo o que “o médico do posto de saúde pode indicar uma cirurgia, entretanto, quando o paciente chega na Santa Casa e é avaliado por um outro médico, este não concorda com o diagnóstico e não faz a cirurgia. Quem vai operar é o médico de lá, ele pode não concordar e cancelar o procedimento”, concluiu.

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