Em época de calor, somente um rio está próprio para banho em Pinda

Meio Ambiente promete acompanhar caso junto à Cestesb e pede apoio da população

Trecho do rio Piracuama, o único liberado para banho na cidade, de acordo com dados da Cetesb (Foto: Reprodução Portal R3)

Bruna Silva
Pindamonhangaba

Com a chegada do Verão, moradores e turistas recorrem aos rios Piracuama e Ribeirão Grande, em Pindamonhangaba, para se refrescarem das altas temperaturas. Entretanto, somente um rio está próprio para banho, de acordo com o boletim da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), divulgado recentemente.

Os dois rios estão localizados na zona rural da Pindamonhangaba, fato que torna os espaços de lazer ainda mais atraentes. Mas nos últimos meses, somente o rio Piracuama tem sido aproveitado, porque toda a extensão do Ribeirão Grande está imprópria para banhistas.

De acordo com informações da Prefeitura, referente às águas do Ribeirão Grande, a Cetesb verificou que a qualidade ainda não está classificada como apropriada para banho, mas a secretaria de Meio Ambiente está comprometida em prosseguir com trabalho de monitoramento e conscientização junto à comunidade local.

A secretária de Meio Ambiente, Maria Eduarda San Martin, explicou que a análise de águas semanalmente é feita pela Cetesb, e que o Ribeirão Grande está impróprio devido à bactéria escherichia coli, que pode causar infecção nos tratos digestivo e urinário ou em outras partes do corpo. Ela destacou que a bactéria é proveniente de material orgânico, e tudo indica que a atual situação do rio esteja ligada ao descarte irregular de esgoto na região. “A gente já tem praticamente certeza que é o esgotamento sanitário inadequado. Também pode acontecer aquilo que a gente recebeu, até algumas denúncias de animais soltos. Grandes criações de animais estão muito próximas ao rio e fazem os dejetos lá, mas o problema é que as pessoas não têm informação. Não tiveram a sensibilidade, não sabem e não sabiam, né? Fizeram da maneira que fizeram porque muitas casas lá são irregulares”, esclareceu.

Maria Eduarda afirmou que como a região não possui rede de tratamento de esgoto, é necessário que sejam feitas fossas, porém o processo deve ser feito de maneira adequada e que minimize os danos à natureza. “Lá são fossas que a gente chama de ‘fossa negra’, que é praticamente um buraco e vai para o solo aqueles dejetos, aquele efluente”.

A secretária garantiu que há formas de fazer uma fossa de maneira correta e que assegure o bem estar ambiental, por isso é importante saber se há ou não lençol freático e entender a quantos metros de profundidade ele está.

Para a auxiliar de desenvolvimento infantil Ana Paula Medeiros, 22 anos, moradora do Araretama, a impropriedade do rio prejudica porque o Ribeirão deixa de ser uma opção para o lazer no verão. “Ele (Ribeirão Grande) é de fácil acessibilidade e de baixo custo. A gente consegue chegar nele fácil. Tem as cachoeiras também, mas não é de fácil acesso e muitas pessoas dependem de ônibus para se locomover e não tem como chegar nelas”, afirmou.

Sobre a colaboração dos moradores, Maria Eduarda declarou que esse é o ponto principal da questão, pois a situação é decorrente da ocupação irregular das pessoas, mas que não tira a responsabilidade da Prefeitura nesse quesito. “As pessoas podem colaborar se conscientizando umas às outras de que quando frequentar os locais, principalmente os banhistas, recolher todo o lixo, até o que não é seu. É importante recolher, orientar os outros a não ter construções de banheiros próximo aos rios”.

De acordo com a Administração, a oscilação de resultado demonstra que os rios da cidade ainda têm possibilidade de recuperar-se totalmente, e que esse é um recado da natureza para que os cuidados sejam tomados. “A Prefeitura não tem como fazer milagres, então acho que as pessoas têm que se apropriar, cuidar mais da cidade, amar a cidade de uma forma que não destrua o patrimônio ambiental que a gente tem”, finalizou a responsável pela pasta.

 

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