Comus atrasa parceria entre Pinda e Guará para atendimento do Samu

Transferência de central para cidade de Frei Galvão espera aval de conselho; secretária de Saúde garante que grupo sofre interferência de movimento político

Ambulância do Samu; Pinda busca parceria com Guaratinguetá para novo sistema de atendimento (Foto: Arquivo Atos)
Ambulância do Samu; Pinda busca parceria com Guaratinguetá para novo sistema de atendimento (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Pindamonhangaba

Um embate entre a Prefeitura de Pindamonhangaba e o Comus (Conselho Municipal de Saúde) pode atrasar o processo de transferência da Central de Regulação Médica do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para Guaratinguetá.

Caso seja firmado, o contrato representará uma economia mensal para Pinda de R$ 115 mil, comparada ao valor que era pago ao antigo consórcio, além de recuperar a assistência para os pacientes do município.

Em uma reunião do Conselho Municipal da Saúde de Guaratinguetá, realizada, na última quinta-feira, no prédio do Grupo da Fraternidade Irmão Altino, foi aprovada a proposta para que a Central de Regulação Médica do Samu, que já atende oito cidades, incorpore a demanda de Pinda, através de um custo mensal de R$ 48 mil.

O encontro contou com a presença da secretária de Saúde de Guaratinguetá, Maristela Siqueira, e da secretária de Saúde e Assistência Social de Pindamonhangaba, Valéria Santos.

Na Central de Regulação Médica do Samu de Guará, os médicos contratados, auxiliados por técnicos, são responsáveis por receberem as ligações de pedidos de urgência, realizarem a triagem e classificarem em função da urgência do caso. Desta maneira, as ambulâncias de resgate, que pertencem aos municípios que contratam o serviço, são direcionadas sobre em qual unidade de saúde devem encaminhar o paciente. Os médicos também determinam qual tipo de ambulância, como a de suporte básico ou a de UTI – Móvel (Unidade de Tratamento Intensivo), resgatará as vítimas.

Mesmo com a aprovação por parte do conselho de Guaratinguetá, o contrato não foi celebrado ainda, devido à falta de aval do Comus. “Só poderá começar a regulação assim que Pinda aprovar em seu conselho   municipal ou trouxer um parecer jurídico, que dispense o aval do Comus. Já foi concluído todo o trâmite que compete à Guará, agora falta eles resolverem este impasse em Pinda”, explicou Maristela.

De acordo com a chefe da pasta da Saúde de Pinda, a contratação do serviço resultaria numa economia mensal de R$ 115 mil, referente a todo o gasto com o serviço móvel, comparada a época em que a cidade integrava o Cisamu (Consórcio Intermunicipal do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), e pagava R$ 398 mil mensais.

Valéria criticou a postura do Comus e afirmou que o órgão ainda não deu seu aval devido à influências externas e motivações políticas. “O Comus é manipulado por um grupo de pessoas que não está interessado que a cidade evolua, mas sim em realizar um movimento de oposição politica e partidária ao atual governo. Além da população, essa postura do Comus, prejudica o Município que poderia economizar mais de R$ 1 milhão por ano com essa transferência da central para Guará”.

Outro lado – A presidente do Comus, Irene Ribeiro, negou que o órgão seja manipulado por um grupo político de oposição ao prefeito, Isael Domingues (PR). Ela revelou ainda os motivos que levaram o conselho a desaprovar a proposta.  “Não estamos colocando empecilhos, o problema é que eles não estão respeitando as determinações do Ministério da Saúde, que estabelece um determinado modelo de Central de Regulação Médica, que Guará não se encaixa. Queremos um serviço que tenha capacidade de atender bem a demanda de Pinda”.

Histórico – Em 23 de março, Pinda anunciou sua saída do Cisamu (Consórcio Intermunicipal do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), presidido pelo prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), que também conta com Campos do Jordão, Tremembé, Santo Antônio do Pinhal, Lagoinha, Redenção da Serra, Natividade da Serra e São Luiz do Paraitinga.

Segundo Isael, a decisão foi tomada devido à falta de condições financeiras para arcar com a despesa anual de quase R$ 5 milhões.
Atualmente a cidade mantém o serviço de urgência e emergência através do contrato com a empresa Emercor, que atende o município desde 2012, e com a Clínica Médica Vale Guaratinguetá.

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