Sócios denunciam ‘parque de diversões’ para mosquito da dengue no Clube Comercial

Piscina ‘interditada’ acumula água há quase três semanas; Clube nega existência de criadouros

Piscina passou por um processo de destruição na administração atual, que se tornou um criadouro em potencial do mosquito Aedes Aegypti (Colaboração)
Piscina passou por um processo de destruição na administração atual, que se tornou um criadouro em potencial do mosquito Aedes Aegypti (Colaboração)

Lucas Barbosa
Lorena

O acúmulo de água parada em uma piscina, que não vem sendo utilizada, do Clube Comercial de Lorena, tem preocupado os frequentadores do local. Eles cobram providências da atual administração.
Os sócios contaram que a situação ocorre desde o último dia 16, quando fortes chuvas atingiram o município.
Com um investimento de aproximadamente R$ 700 mil, as obras da construção da piscina, coberta e aquecida, de 12,5m por 25m e 1m40 de profundidade, foram iniciadas em 2009, ainda na gestão da diretoria executiva que tinha Célio Melilo como presidente e Roberto Ballerini como vice.
A obra foi inaugurada em janeiro de 2012, já na gestão do ex-presidente Luiz Fernando Almeida.
Mas poucos meses após assumir a presidência do Comercial, Inez Vieira ordenou o fechamento da piscina coberta alegando problemas estruturais após alguns azulejos se soltarem. Ela também solicitou às antigas administrações todas as informações e documentos a respeito da construção. Desde então o local segue fechado e os sócios impedidos de utilizar a área.
De acordo com um sócio do clube que preferiu não se identificar, diversos frequentadores estão preocupados com o acúmulo de água parada na piscina coberta. Ele também relatou que na última segunda-feira, enquanto tirava fotos do local, percebeu a presença de mosquitos com listras brancas, que aparentava ser o Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya. “Não adianta nada o pessoal do bairro eliminar os focos da dengue se aqui tem esse parque de diversões (sic) para o mosquito. Já vai para três semanas, e até agora ninguém teve a preocupação de tirar essa água parada. Só enquanto eu tirava umas fotos, um monte de mosquito ficou me rodeando, um listrado de branco chegou a pousar no meu braço. Fiquei preocupado de ter sido mordido porque ele era igual o da da dengue”.
Outra frequentadora do clube, que pediu para não ser identificada, e que diariamente se exercita no local, relatou que nas últimas semanas percebeu um aumento no número de mosquitos no clube. “Sou sócia há mais de dez anos e nunca tinha visto tanto mosquito e inseto aqui como nos últimos dias. Tenho certeza que a culpa é da água parada da piscina. A direção do clube tem que dar um jeito, além do problema da dengue essa piscina passa uma imagem de desleixo e desrespeito aos associados”.
Resposta – Em nota oficial, o Clube Comercial de Lorena confirmou que a piscina, em desuso, realmente está minando água do fundo desde as fortes chuvas da semana retrasada. O gerente de Obras e Manutenção, Mário Barbosa, disse que a água vem sendo tratada com hipoclorito de sódio a 12% diariamente, eliminando, desta forma, qualquer risco de procriação do mosquito da dengue.
A assessoria ressaltou que todas as medidas adotadas são de conhecimento da Vigilância Sanitária e Epidemiológica da secretaria de Saúde de Lorena, equipes com as quais o Clube está em contato constante.
A nota enfatizou que o cuidado no combate à dengue recebe atenção especial desde o início da atual gestão executiva. “Podemos garantir que o monitoramento é diário e que o Clube é um local seguro, hoje, contra a dengue, exatamente pelo cuidado redobrado, que inclui orientação à equipe de trabalho, atenção aos bueiros, raízes de árvores, limpeza de calhas, telas de proteção em todos os ralos e observação constante a todos os espaços do Clube que possam acumular água parada”, afirmou a gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente, Andreza Lacerda.
Segundo o assessor jurídico, Carlos Alberto Leite, a água não foi retirada por duas razões: orientação técnica do prof. Dr. José Bento Ferreira, engenheiro civil da FDCT (Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico), entidade vinculada à FEG/Unesp de Guaratinguetá; e a expedição de mandado de constatação, perante à 2ª Vara Cível da Comarca de Lorena, no dia 19 de janeiro de 2016, visando comprovar que a laje do fundo da piscina coberta estava vertendo água, de onde originou-se grande volume de água.
O processo referente à produção antecipada de provas aguarda desfecho.

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