Sem repasses, entidades assistenciais lutam para sobreviver em Lorena

Instituições pedem apoio da população e do Estado; ADEFIL fecha as portas por tempo indeterminado

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Adefil fechou as portastemporariamente por falta de repasse (Foto: Lucas Barbosa)

Lucas Barbosa

Lorena

Com o repasse suspenso, entidades assistencialistas de Lorena lutam contra a falta de recursos financeiros, para continuar atendendo a população. Sem condições financeiras, a ADEFIL (Associação dos Deficientes Físicos de Lorena) fechou temporariamente suas portas e demitiu parte de seus funcionários.

O repasse municipal, estadual e federal foram paralisados no início de setembro, após o Tribunal de Contas do Estado apontar supostos erros na  prestação de contas das entidades em 2009. Com a determinação, a Prefeitura foi obrigada a suspender as verbas para as doze entidades comtempladas mensalmente.

O parecer do Tribunal afirma que foram constatadas irregularidades na prestação de contas das instituições, referente a um repasse de cerca de R$ 1 milhão, feito na gestão do ex-prefeito Paulo César Neme (PSC). A sentença divulgada no Diário Oficial obriga as obras sociais a devolverem o valor indevidamente repassado.

Sem as verbas, as entidades contam com as doações da população e realização de eventos sociais para captarem recursos.

As instituições afetadas pela decisão do Tribunal de Contas foram: Abrigo Maria de Nazareth Albergue Noturno Bezerra de Menezes, ADEFIL (Associação dos Deficientes Físicos de Lorena), ARAL (Associação do Alto de Lorena), APAE (Associação Pais e Amigos dos Excepcionais), CECCI (Centro Comunitário da Cidade Industrial, Centro de Reabilitação e Equoterapia, Colégio São Joaquim – Oratório São Luiz, Coral Maria de Nazareth, Instituto Santa Tereza – Cemari), Serviços de Obras Sociais, Vila Vicentina de Lorena e Vila Vicentina Sagrada Família.

União – Em busca de uma solução para o entrave as entidades uniram-se e além do apoio jurídico da Prefeitura, contam com um advogado particular que está trabalhando no caso.

Recentemente a presidente da APAE, Sayma Zeraik, se reuniu com representantes do vice-governador de São Paulo, Márcio França, onde foi discutida a importância do apoio do Estado para a resolução do impasse. “O representante do governador e o prefeito Fábio Marcondes (PSDB) já conversaram e estão nos apoiando nesta luta. A APAE deixou de receber quase R$ 40 mil em repasses e consequentemente estamos tomando uma série de medidas para enxugar as despesas, como por exemplo, a demissão de funcionários. A situação está dificílima para todas as entidades. Contamos também com o apoio da população através de doações”, comentou a presidente da APAE.

Sayma ressaltou ainda a união entre as instituições e o Executivo na luta pela volta das verbas. “Os supostos erros apontados, dizem respeito a carimbos e planilhas. Estamos fazendo todo o possível para que o Tribunal de Contas atenda o Jurídico da Prefeitura para que tudo possa ser esclarecido e as verbas voltem ao normal”.

A presidente do Projeto Caminhar – Equoterapia, Luciola Rabello, relatou as dificuldades que as doze instituições estão vivendo neste último mês. “Foi algo lamentável suspender a verba. Nós fazemos o trabalho que o Estado e o município deveriam desenvolver. Tomara que a justiça resolva esse processo o mais rápido possível, pois além de nós, a maior prejudicada é a população”.

Suspensão – Devido ao congelamento dos repasses municipais, estaduais e federais, a ADEFIL, uma das mais antigas instituições de Lorena, fechou as portas no final do mês passado. A reportagem do Jornal Atos tentou entrar em contato com o presidente da entidade, Natanael Cardoso, mas até o fechamento desta edição ele não foi localizado.

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