Polícia vistoria imóveis de Fradique, acusado de mega calote em Lorena

Empresário segue desaparecido após sete meses do anúncio do fim do sistema que lesou quase sete mil pessoas; operação encontra lista de investidores

Fila de investidores na sede do grupo SFO; Secold cumpri mandados de busca e apreensão no caso Fradique (Foto: Reprodução)

Lucas Barbosa
Lorena

Na tentativa de reunir provas sobre o esquema de pirâmide financeira que lesou cerca de sete mil moradores da região, a Polícia Civil apreendeu na última terça-feira (6) documentos e computadores em imóveis do empresário de Lorena, Samuel Fradique, proprietário do grupo SFO Holding. Apesar de ainda não ser considerado foragido pela Justiça, o acusado não é mais visto desde o início de abril.

Comandada pela Secold de Guaratinguetá (Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro), a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em diversas propriedades de Fradique distribuídas por Lorena, Taubaté e São Paulo. Na ação, os policiais encontraram, em meio aos documentos, uma lista com os nomes dos investidores, prejudicados pelo esquema da SFO Holding.

Segundo a Polícia Civil, Fradique é acusado de convencer cerca de sete mil pessoas a aplicarem dinheiro nas empresas ligadas ao grupo SFO Holfing, como postos de combustíveis e lojas de cosméticos, com a promessa de que receberiam lucros de até 7% ao mês e ainda teriam a quantia investida devolvida ao fim do contrato.

Para o desespero dos investidores, eles foram comunicados pelo empresário no fim de março sobre a suspensão das atividades da SFO. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Fradique informou que a decisão foi motivada por dificuldades financeiras devido ao cenário de incertezas causado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Já no início de abril, o empresário chegou a se reunir com um grupo de associados em Lorena, onde comprometeu-se a reaver os investimentos aplicados. Porém, na sequência Fradique não foi mais visto.

Buscando recuperarem seus recursos, desde então os prejudicados moveram cerca de 120 processos contra Fradique. Os valores cobrados nas ações variam de R$ 5 mil a R$ 2 milhões, já a soma do prejuízo ultrapassa R$ 16 milhões.

Durante entrevista à mídia regional, o delegado titular da Secold, Francisco Sannini, explicou que os materiais apreendidos serão analisados com o objetivo de elucidar o funcionamento do suposto esquema de pirâmide financeira e descobrir a dimensão exata do prejuízo causado pela SFO Holding.

Além de pirâmide financeira, o empresário de Lorena também é investigado por lavagem de dinheiro.

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