Morte de cavalo durante romaria causa revolta e protestos em Lorena

UPA suspeita que óbito foi causado por exaustão; caso é o segundo registrado em mais de um mês na região

Cavaleiros e policiais recolhem cavalo que morreu durante cavalaria no último dia 20; grupo denuncia abuso (Foto: Reprodução/Facebook)
Cavaleiros e policiais recolhem cavalo que morreu durante cavalaria no último dia 20; grupo denuncia abuso (Foto: Reprodução/Facebook)

Lucas Barbosa
Lorena

A morte de um cavalo durante uma romaria no último final de semana gerou indignação em Lorena. Este é o segundo caso semelhante, registrado em pouco mais de um mês na região.

No último sábado, o representante comercial Edson Alves, 32 anos, se reunia com um grupo de amigos na avenida Coronel Marciano, no Santo Antônio, para assistir o desfile de dezenas de cavaleiros que participavam de uma romaria.

Por volta das 15h, um dos cavalos teve um mal súbito e caiu em frente onde o grupo estava. “Ele ficou alguns minutos respirando forte e depois começou a agonizar. O pessoal da romaria, que usava camisetas verdes e era de Passa Quatro-MG, ficou bem nervoso, principalmente quando o animal morreu”, relatou Alves.

Para a remoção do corpo do equino, a Polícia Militar foi obrigada a interditar parcialmente uma das pistas da avenida. Na sequência, funcionários da Prefeitura utilizaram uma máquina de pá carregadeira para realizar o serviço.

Cavalo morto durante romaria que seguia para Aparecida no último dia 20 (Foto: Reprodução/Facebook)
Cavalo morto durante romaria que seguia para Aparecida no último dia 20 (Foto: Reprodução/Facebook)

De acordo com o representante comercial, devido às circunstancias da morte do animal, diversas pessoas que passavam pelo local chegaram a insultar os cavaleiros. “Muita gente estava revoltada porque achava uma grande sacanagem fazer o cavalo vir de Passa Quatro até aqui. Alguns motoristas também buzinaram e xingaram o pessoal da romaria, porque o cavalo caído estava travando o trânsito”.

Também revoltada com o caso, a presidente da UPA Lorena (União Protetora dos Animais), Paola Giordani, registrou um boletim de ocorrência na última quinta-feira.

Ela revelou que obteve informações de que o animal tinha apenas quatro anos e a justificativa que os cavaleiros deram foi de que a morte foi motivada por gases. “Não acredito nesta afirmação deles, mas sim que o cavalo tenha morrido por exaustão. É um absurdo eles obrigarem o animal percorrer um trajeto tão grande e sem as condições devidas, como descanso, alimentação e hidratação”.

Paola revelou que após o registro da ocorrência, que será investigada pela Polícia Civil, ela levará o caso ao Ministério Público. “Queremos evitar que outros animais continuem sofrendo pela irresponsabilidade de seus donos. Infelizmente, enquanto pra alguns a romaria é algo religioso, para outros ela somente é uma ocasião para ficar se embebendo. Além disso, estas deveriam contar com um responsável para fiscalizar e contratar um veterinário para acompanhar o trajeto”.

A reportagem do Jornal Atos não conseguiu localizar os responsáveis pelo grupo de cavaleiros que vieram de Passa Quatro.

Este não foi o primeiro animal a morrer durante uma cavalaria neste ano. Em abril, um cavalo morreu durante o tradicional desfila da Cavalaria de São Benedito, em Guaratinguetá.

A suspeita é que o animal tenha morrido por exaustão. O caso gerou comoção na cidade e nas redes sociais, onde a população cobrava um maior rigor, por parte da direção do evento, na escolha dos animais que estariam aptos a desfilarem.

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