Moradores do Comerciários 1 voltam a reivindicar atenção contra escorpiões e lacraias

Acúmulo de lixo em terrenos e grande quantidade de vegetação são suspeitos de motivar a aparição dos animais peçonhentos

Praça do bairro, onde moradores enfrentam o mato que toma espaço de lazer; famílias protestam (Foto: Rafaela Lourenço)

Rafaela Lourenço
Lorena

Os moradores do Vila dos Comerciário 1, em Lorena, voltaram a ter problemas com a frequente aparição de animais peçonhentos nas residências. Motivados pelo medo e preocupados com o mato alto pelas ruas e terrenos, eles protocolaram um abaixo-assinado na Prefeitura. Entre os pedidos, a intensificação da limpeza nas vias, maior rigor na fiscalização de residências e a instalação de uma caçamba comunitária para materiais inservíveis.
Com 32 assinaturas, um grupo de moradores busca maior atenção do poder público para a comunidade, que sofre há décadas com a aparição de escorpiões, lacraias e ratos.

Recentemente, os animais têm sido encontrados com mais frequência dentro das casas, como na residência da professora Edna Lúcia Lorena, de 54 anos que mora há vinte no bairro, possui dois netos, um de seis anos e outro de 11 meses e ainda cuida de sua mãe de noventa anos. Ela contou que os escorpiões sempre apareceram, mas que ultimamente, crendo que por causa das chuvas, eles têm aparecido em maior quantidade e na parte interna da propriedade. “O terreno de trás da minha casa tem um mato muito alto, fica muita água parada ainda mais com essa chuva, é muito buraco. Acho que os escorpiões ficam ali, mas como está chovendo eles saem. Meu pior medo são pelas crianças e minha mãe”.

Além dos terrenos baldios, há queixas pela quantidade de mato alto nas calçadas, praça pública e residências desabitadas do bairro.
De acordo com o policial militar Waldir Santos, de 48 anos, a principal entrada do bairro e a calçada da rua Lindsley A. Marton, utilizada para caminhadas, está intransitável devido a vegetação. “A gente via há um tempo o pessoal vir limpar, cortar o mato, mas o que a gente entende é que nesse período de chuvas esse serviço precisaria intensificar, porque é chuva em cima de chuva e o mato cresce rapidamente”, frisou.

O PM ressaltou que a placa de ônibus chega a ficar coberta pelos galhos das árvores, dificultando a visibilidade do local. “Quando eu pegava ônibus eu ficava no asfalto porque as árvores da antiga fábrica cobrem a calçada e o poste. Ai eu ficava na rua e o ônibus me via e parava”, contou a assistente de creche Paula Isael Oliveira, de 54 anos. Na casa de Paula as ocorrências são com os ratos, que até este mês não apareciam.

Outro problema que a população tem questionado no bairro é relacionado à dengue, por causa da precária limpeza dentro das casas abandonadas ou à venda que estão desabitadas, e com grande quantidade de vegetação.

Segundo o coordenador de Controle de Vetores de Lorena, Denílson Alexandre Rezende, os agentes passam nas casas para vistorias. Quando os proprietários não são encontrados ou não há a presença de um maior, esta casa é anotada em um controle interno que é enviado para a Vigilância Sanitária fazer a orientação noturna.

Em casos de residências à venda, a imobiliária responsável é contatada, os agentes emprestam a chave do local para vistoria e se constatada a precariedade a imobiliária é notificada a fazer a limpeza. Se não estiver em imobiliária, o proprietário é localizado através do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), notificado, e se não cumprir com a atividade até o prazo estabelecido, geralmente de 10 a 15 dias, é autuado.

Lacraia encontrada no bairro por moradores; Prefeitura promete ação (Foto: Rafaela Lourenço)

Sobre os moradores que não permitem a entrada dos agentes, a casa é incluída em um documento encaminhado para a Fiscalização e Vigilância Sanitária para fazerem o serviço noturno. “Fazemos um memorando solicitando que a fiscalização tente entrar nessa casa, mas nós agentes não temos poder de polícia para entrar. Lá tem um agente comunitário, a gente pede para estar entrando em contato porque ele conhece mais os moradores por ser do bairro”, explicou Rezende.

No abaixo-assinado, além do planejamento de limpeza e maior fiscalização das residências, foi solicitada uma caçamba modelo contêiner para o descarte de entulhos, evitando o acúmulo de lixo no bairro, “uma caçamba comunitária para o bairro, pelo menos uma semana por mês para você evitar pessoas mau educadas de utilizem os terrenos baldios. Temos que pensar em coletivo”, salientou o morador Waldir Santos.

Em nota, a Prefeitura informou que não há a possibilidade de disponibilizar caçambas e que o morador deve contratar este tipo de serviço. A nota destaca que as podas de árvores requerem um laudo prévio, e que a limpeza de terrenos e calçadas são de responsabilidade do proprietário. Porém, quando há denúncias, a Fiscalização verifica, notifica e autua se necessário, já que o serviço de limpeza, por parte da Prefeitura, é feito de acordo com o cronograma do município.

A orientação à população, em caso de queixas de animais peçonhentos, acúmulo de lixo ou vegetação alta, é para que denunciem na secretaria de Saúde, no setor da Vigilância Sanitária.

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