Marcondes quer atrair vereadores para manter projeto de crescimento em Lorena

Em entrevista exclusiva ao Atos, prefeito reeleito conta como busca alternativas para combater crise e atrair investimento

O prefeito Fábio Marcondes, que contou sobre projetos para o segundo mandato (Foto: Arquivo Atos)
O prefeito Fábio Marcondes, que contou sobre projetos para o segundo mandato (Foto: Arquivo Atos)

Da Redação
Lorena

A reeleição de Fábio Marcondes (PSDB) garantiu ao tucano a sequência do projeto para recuperação administrativa em Lorena. No município, a palavra de ordem para o próximo mandato é atrair investimentos, na tentativa de fazer caixa. Mas em entrevista ao Atos no Rádio, Marcondes já deixou claro. “O primeiro, não será um ano fácil”.

Com quase três mil votos no último domingo, o empresário que assumiu a cidade pela primeira vez em janeiro de 2013, deixou para trás Sylvio Ballerini e Élcio Vieira.

A campanha foi marcada por ataques e falta de debate (apenas um foi realizado, pela rádio Monumental). No último encontro entre os concorrentes, que seria realizado pela Unifatea (Centro Universitário Teresa D’Ávila), Ballerini não compareceu e Vieira desistiu de participar minutos antes, o que impediu o eleitor de acompanhar o confronto entre os três concorrentes.

Sem o diálogo com os adversários, Marcondes aposta na conversa com a Câmara, que conta com novos nomes como Fábio Matos (PCdoB) e Maurinho Fradique (PTB) e velhos conhecidos como Élcio Vieira Junior, o Elcinho (PV).

Além da busca deste apoio, outro desafio certo para o prefeito reeleito é administrar o cofre municipal, em tempos de demandas crescentes e capital de investimento em baixa.

Jornal Atos – Qual a impressão no primeiro momento após as urnas?
Fábio Marcondes – Experiência nova quando a gente vai para reeleição. Em 2008 eu fui candidato a eleição, a gente tinha uma proposta, oferecendo a população um trabalho a ser feito. Agora, eu fui avaliado pelo trabalho, pelo serviço prestado. Uma eleição complicada, bastante conturbada. A gente fica bastante feliz com 50 % da população nos apoiando. A gente está bastante contente com nosso trabalho dando certo.

Atos – O que você ouviu da população, o que ela pediu?
Marcondes – A posição principal é problema da saúde, uma angústia muito grande da população. Mas sempre fui muito claro que o que a gente tinha era um compromisso de manter a estrutura da saúde. Eu passei isso às pessoas, do meu compromisso de continuar investindo. Lorena virou referencia do “Fundo do Vale (sic)”. Agora, estou marcando com o secretário de até o dia 20 fazer uma nova adaptação. Lorena não pode suportar isso (demanda de pacientes) e não receber mais por isso, pois não há um repasse para nós. Precisamos fazer uma nova pactuação, trazer recurso para a Santa Casa, mais contratação, mais leito para a gente dar conta. Não me nego a atender outras cidades, porque saúde é vida e a gente tem que fazer, mas custa dinheiro. Tem que ser pensado por isso. Ainda sobre a população, fui educadamente recebido. Embora o desgaste, a gente sabe que nossa conduta foi de seriedade. Hoje, a cidade é outra. Tem regra, isso foi muito motivador também.

Atos – O que espera da futura Câmara?
Marcondes – Sempre disse que ninguém julga a Câmara. Ela é o espelho exato da população. As pessoas falam “ah, o vereador não tem muito conhecimento”. Não é isso, ela é o reflexo da população. Eu espero bastante, achei uma Câmara boa. Tem oposição. É claro que tem as questões ali, que levam para um disputa pessoal, mas vou usar da mesma metodologia que usei no primeiro mandato. Temos que trabalhar com independência, unidos e principalmente ter uma visão em conjunto no trabalho que a gente tem que fazer. No quadro geral, eu vejo um quadro de pessoas representando a população. Conheço muito pouco, não tenho contato pessoal. O Careca da Locadora, por exemplo, não conheço pessoalmente, o Cléber já conversei, mas nunca sobre politica. Então estou aberto e acredito bastante na Câmara. Lorena tem várias deficiências que em pleno século 21 não deveria ter, e precisamos dos vereadores para solucioná-las.

Atos – Você conta com os quatro da chapa?
Marcondes – Conto com a Câmara inteira. Eu busco entendimento necessário, postura de alguns vereadores, uma postura republicana, respeito e consideração e do bem comum. Acho que vamos ter um diálogo. Estamos abertos e vamos fazer contato.

Ao Atos, Marcondes falou de propostas para acelerar crescimento (Foto: Arquivo Atos)
Ao Atos, Marcondes falou de propostas para acelerar crescimento (Foto: Arquivo Atos)

Atos – Você tem algumas novidades para a população, como obras para serem entregues. Como estão essas frentes?
Marcondes – A gente estava acelerado para entregar a praça por ser ano eleitoral. No contrato, o empreiteiro disse que entregava até dia 30, antes da eleição. Eu, como frequento todos os dias a obra, falei “tira o pé”. Eles trabalhando a noite, quebrando os ladrilhos para andar rápido. Aí buscamos uma data, entre o dia 10 e 14 de novembro, aniversário da cidade, para segurar. Isso também para termos baixos custos. Estavam pagando hora extra a mais, para diminuir a margem da empresa. Então a gente segurou, mas vamos entregar. Também citando a praça da Cecap Alta, vamos continuar o trabalho. A iluminação pública continua tocando. Sempre deixei claro que não fiz nenhum gesto eleitoreiro durante os quatro anos. Somos pautados pela administração e planejamento, não seria na campanha que eu iria fazer isso. A iluminação pública chegou a hora que tinha que chegar, porque foram dois anos disputando com a Bandeirantes (EDP), resolvendo esse problema. Como conseguimos resolver o problema e licitar os recursos que guardamos para fazer, continua até o fim do ano e esse é o trabalho. Para o futuro, vamos continuar trabalhando, melhorando a cidade, mesmo que ano que vem seja mais difícil, acredito mas a gente tem um custo menor da máquina pública.

Atos – Como pegou a administração e como vai começar o segundo mandato?
Marcondes – Sempre digo que a minha administração foi de superação. Muitos obstáculos, dificuldades, dívidas, então foi superação. Hoje, estamos aí, com uma experiência muito boa. Temos a máquina pública sobre a mão, conhecer detalhes a detalhes. Não esperamos muito do orçamento que vem, mas vamos buscar um custo mais baixo e a industrialização. Fiquei ansioso, mas tive a responsabilidade de não anunciar. Temos indústria para chegar em Lorena. Acredito que hoje, com a decisão de manter o mandato, vá acelerar o processo.

Atos – Dos prefeitos que conseguiram eleição, você soma com Piquete, Canas e Roseira. Como sente a responsabilidade a mais para esse mandato?
Marcondes – Sim, é um peso a mais. É gratificante, mas a gente tem um compromisso redobrado, em manter esse ritmo de trabalho e me dedicar exclusivamente. Como sabem não era candidato à reeleição. Paguei caro por isso. Ontem por exemplo, uma pessoa quis dizer que foi uma jogada. Se fosse uma jogada minha, eu tinha tirado o Galão Aquino do PTB e tinha lançado ele vereador pelo PSDB. Quando o Galão veio falar comigo, eu falei que não era candidato. Depois, quando eu voltei a ser, ele abriu mão da candidatura para trabalhar com a gente.

Atos – Falando em trabalhar junto, você contou com o apoio de um novo nome no cenário, que é sua vice, Marietta Bartelega. Como foi esse projeto ao lado dela?
Marcondes – Marieta foi uma construção de um relacionamento que transformou uma amizade. Ela está animadíssima com o trabalho. Vai trabalhar um grupo social forte, dividir tarefas. Está empolgada. Senti que na campanha a Marietta se transformou, foi pra rua com carinho, com vontade. Eu tenho certeza que ela será uma grande vice para Lorena. Eu sei as capacidades dela, pessoa inteligentíssima, antenada. No começo, ela sempre me questionava, hoje é uma pessoa completamente antenada. Eu agradeço muito por ter aceitado me ajudar nesse projeto, pois é a confiança, unindo duas famílias com legado muito forte politicamente.

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