Lorena destaca falta de atenção do Estado na segurança, após avaliação do Sou da Paz

Cidade lembra estrutura precária da Polícia Civil e investimento municipal de apoio ao combate à criminalidade

Viatura da Polícia Científica durante atendimento na região; falta de estrutura das policias espelham fraco investimento do Estado (Foto: Divulgação)
Viatura da Polícia Científica em atendimento na região; falta de estrutura espelha fraco investimento do Estado (Foto: Divulgação)

Da Redação
Lorena

Um levantamento do ‘Instituto Sou da Paz’ estampou uma realidade de décadas enfrentada pelos moradores de Lorena. A cidade é líder no ranking da violência entre os municípios paulistas. O estudo foi divulgado em matéria publicada pelo O Estado de S. Paulo, na última quinta-feira. Mas o que levou a cidade ao triste posto não tem ganho o mesmo alcance: o descaso com as polícias Civil e Militar e a ação de “enxugar gelo” da Prefeitura.

No levantamento da ONG, foram analisados casos de homicídio, estupro e crime patrimonial em 138 municípios do Estado, durante os 12 meses de 2017.

Lorena atingiu o índice de 54,4 pontos, liderando o “Índice de Exposição a Crimes Violentos”. São José do Rio Pardo foi a cidade menos violenta, com pontuação de 8,3. No registro de mortes, Lorena chegou a taxa de 31,8 mortes por grupo de 100 mil habitantes no ano passado (trinta mortes). A matéria destaca que São Paulo, por exemplo, teve 5,9 óbitos por 100 mil pessoas.

O mesmo levantamento apontou Guaratinguetá, como a oitava mais violenta, com 33,8 pontos. Na cidade, o governo do prefeito Marcus Soliva (PSB) lançou recentemente a secretaria de Segurança, e projeta um sistema de câmeras de monitoramento por toda a cidade, com foco na maior agilidade de informações entre a secretaria e as polícias Civil e Militar.

Lorena e Guaratinguetá são apenas duas das cidades da região que sofrem com a violência. Mensalmente, o Jornal Atos retrata números da secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, com indicações de que o Vale do Paraíba segue como a região mais violenta do Estado.

Assim mesmo, o investimento no reforço policial é baixo. Em novembro, um levantamento mostrou que a RMVale recebeu 598 dos 31.957 novos policiais contratados pelo governo estadual entre os anos de 2011 e 2017, número equivalente a 1,8% dos contratados.

O governo Alckmin contratou 24.311 policiais militares, 4.807 policiais civis, 1.935 bombeiros, e 904 técnicos científicos em seis anos. Mas o Vale recebeu 272 PMs, 196 policiais civis, 85 técnicos científicos e 45 bombeiros.

Além do efetivo, a estrutura também prejudica, com destaque para a Polícia Civil, que chega a protestar contra o baixo investimento.
Resposta – Nesta sexta-feira, a Prefeitura de Lorena divulgou uma nota para abordar os números apresentados pelo levantamento do “Sou da Paz”. De acordo com o Município, a cidade tem trabalhado fortemente para atender com políticas públicas contundentes a população. “Na área da Educação, em seis anos foram reformadas todas as escolas municipais, incluindo as que possuem quadra poliesportiva. Infelizmente, em Lorena, são nas escolas estaduais que se encontram os maiores centros de consumos de drogas, espaços que não possuem a devida atenção do Estado, mas que a secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social realiza ações específicas de fortalecimento de vínculos familiares e comunitário. São nove escolas atendidas e mais de 29 grupos”.

A nota segue destacando o cenário social: “… firmamos anualmente vários convênios com entidades e associações sociais, com o custo de R$ 2 milhões. Criamos a Subsecretaria da Juventude, com apoio ao Conselho Municipal da Juventude, responsável pela indicação de políticas públicas para este segmento”, elencou.

Na área de segurança pública, o Município reforçou o combate à criminalidade com a criação da Guarda Civil Municipal, com efetivo de 22 agentes armados. Um concurso neste ano tem a previsão de outras 16 vagas abertas. “Implantamos um projeto de revitalização da iluminação pública que já soma 1.848 novos pontos, priorizando bairros periféricos, e mais de oito mil atendimentos de manutenção. Investimos anualmente cerca de R$ 500 mil com a Atividade Delegada, tendo em vista a notória falta de efetivo da Polícia Militar, não só em Lorena, mas em todo Vale do Paraíba, como já foi amplamente divulgado nos veículos de comunicação da região”.

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