Levantamento revela risco de epidemia de dengue em Lorena

Resultado da ADL fica acima do aceitável pelo Ministério da Saúde; Cabelinha é o ponto mais preocupante

Foco de larvas de mosquito encontrada no bairro Parque das Rodovias; Lorena segue com risco de epidemia de dengue (Foto: Arquivo Atos)
Foco de larvas encontrado no bairro Parque das Rodovias; Lorena segue com risco de epidemia de dengue (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Lorena

Mesmo com nenhum caso de dengue no ano, Lorena pode enfrentar uma epidemia da doença até março de 2019. Divulgado na última terça-feira, o resultado da ADL (Avaliação de Densidade Larvária) de julho revelou que proporcionalmente foram encontradas mais de uma larva do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, em cem imóveis vistoriados.

De acordo com o levantamento, realizado em todos os bairros, o índice de infestação pelo mosquito foi de 1.3, ficando acima do valor aceitável pelo Ministério da Saúde que é de 1.0.

Apesar do resultado preocupante, o indicador sofreu uma queda brusca comparada as duas ADL’s anteriores, realizadas em janeiro e abril.  Enquanto a primeira obteve 5.7, a seguinte saltou para 6.4, apontando uma ameaça de surto de dengue.

Para a gerência da Vigilância Epidemiológica de Lorena, a redução do índice ocorreu devido às mudanças climáticas causadas pela chegada do inverno, em junho, período em que ocorrem poucas chuvas.

A última ADL apontou que seis bairros concentraram quase a metade das larvas encontradas no município. Os pontos são a Cabelinha, Centro, Ponte Nova, São Roque, Vila Brito e Vila Nunes. “A Cabelinha é a que está numa situação mais preocupante. Os moradores tem que se conscientizarem sobre a necessidade de eliminarem criadouros do mosquito, que se proliferam principalmente em ralos e vasos. Todos os imóveis são vistoriados, mas se não tivermos o apoio da população poderemos sofrer uma epidemia no próximo verão”, explicou a gerente da Vigilância Epidemiológica, Helen Colino.

A aposentada Maria Ângela de Souza, 64 anos, que mora no Cabelinha há mais de três décadas, acredita que falta consciência por parte de diversas famílias do bairro. Em 2015, uma das netas de Maria Ângela, que na época tinha 9 anos, foi infectada. “Tem gente que tem mania de acumular um monte de tralhas no quintal e acaba prejudicando a gente. Fiquei com medo de saber que aqui é o bairro mais perigoso, parece que o povo não aprendeu nada com 2015, quando em quase todas as ruas tinha pelo menos uma pessoa com dengue”.

A próxima e última ADL do ano, será realizada pela Vigilância Epidemiológica em outubro. De acordo com a Prefeitura, a equipe de Controle de Vetores realiza regularmente vistorias em todos os imóveis da cidade. O Executivo revelou ainda que está concluindo o cronograma dos bairros para iniciar o mais breve possível a operação “Cata-Bagulho”, que recolherá objetos que podem servir de criadouros para o Aedes aegypti.

Histórico – Enquanto em 2018 Lorena não registrou nenhum caso de dengue, no ano passado o número foi de 83.

Já em 2015, o município enfrentou um surto da doença, chegando a 2.346 casos. À época, o Exército chegou a ser mobilizado para atuar na fiscalização dos imóveis da cidade.

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