Após vencer drama pessoal, lorenense pede apoio para realizar sonho paralímpico
Praticante de paraciclismo almeja comprar bicicleta de ponta; estúdio de dança converte renda de espetáculo para ajudar
Lucas Barbosa
Lorena
Com o sonho de um dia representar o Brasil nos Jogos Paralímpicos, José Horácio dos Santos Junior, o Juninho, tem conquistado resultados expressivos no paraciclismo na modalidade handcycle. Mas o talento e a força de vontade do paratleta esbarram na falta de recursos para a compra de uma bicicleta de ponta que o possibilite a competir em alto nível.
Em 2002, quando era cabo do Exército, Juninho viu sua vida mudar da “noite para o dia”. Após perder o controle de sua motocicleta, na rodovia Oswaldo Cruz, no trecho de São Luiz do Paraitinga, o militar fraturou a quinta vertebra cervical, ficando tetraplégico. “Desde o acidente eu já aceitei a minha lesão e graças a Deus não entrei em depressão.
Comecei a tocar a vida, e devido ao convívio com amigos esportistas, que me deram muita força, comecei a procurar no esporte uma motivação a mais para viver”, explicou o paratleta.
No ano passado, Juninho foi apresentado em São José dos Campos à handbike, que é um tipo de bicicleta pedalada com as mãos e adequada a pessoas com mobilidade reduzida. No mesmo ano ele foi convidado a participar da parte prática da tese de doutorado de uma fisioterapeuta, também em São José, que consistia em apresentar as melhorias que a prática esportiva proporcionava aos deficientes físicos.
Encantando com o esporte, Juninho fez uma rifa, vendida entre amigos, e conseguiu comprar sua primeira handbike por R$ 2,3 mil.
Pesando mais de 30 quilos, a ‘magrela’ de Juninho tem o acompanhado em diversas competições pelo país, como a primeira e segunda etapa da Copa Brasil de Paraciclismo, realizadas no Distrito Federal e Santa Catarina, e o Campeonato Paulista de Paraciclismo. Em todas as disputas, o morador de Lorena tem conquistado bons resultados.
Para ‘voar’ mais alto, Juninho acredita que a aquisição de uma handbike de ponta o proporcionaria a chance de disputar de igual para igual com os demais competidores.
Segundo o paratleta, uma handbike de ponta tem apenas 13 quilos, 17 a menos do que pesa a sua atual bicicleta, e o preço varia de R$ 30 mil a R$ 35 mil. “Infelizmente, não tenho condições de comprar esta handbike, que certamente me ajudaria a conseguir melhores resultados nas competições, e no futuro brigar por uma vaga nos Jogos Paralimpicos”.
Emocionado, Juninho ressaltou a importância do paraciclismo em sua vida. “Não é porque você está numa cadeira de rodas que a vida acabou. Meus amigos dizem que eu sempre os surpreendo, e é muito gratificante saber que eu sirvo de exemplo de superação a todos eles. Tenho fé que alguém vai me ajudar a comprar a handbike e eu vou realizar o meu sonho de competir representando meus pais, minha família e meus amigos”.
Apoio – A história de superação de Juninho comoveu a proprietária de um estúdio de dança, Joviania Prietto. Ela converteu a renda do espetáculo “A Arte em Movimento”, realizado há duas semanas, em Lorena, na tentativa de ajudar o paratleta a comprar sua handbike. “Ainda não sabemos o quanto foi arrecadado, mas tenho que agradecer muito este ato que fizeram por mim. Além desse apoio, também conto com a ajuda da Cortebox, Passo Largo, Protemed, Cerâmica Zanin e Cabral Bike Shop, que ajudam a custear as viagens”.
Ajuda – Os interessados em colaborar financeiramente com o paratleta na compra da handbike podem depositar qualquer quantia na seguinte conta bancária: Banco do Brasil, agência 0857-5 conta corrente 1313663-8 em nome de José Horácio dos Santos Junior. Possíveis patrocinadores também podem acompanhar no Facebook o trabalho do paratleta, na página Juninho Santos, ou entrar em contato através do número: (12) 991009772.
