Viagem de ônibus do Vale para o Litoral deve ficar mais longa

DER restringe veículo com mais de sete metros no trecho de serra da Rodovia Oswaldo Cruz

Carlos Roberto – Guaratinguetá

 

Devido a uma determinação do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), desde a semana passada caminhões com mais de sete metros e ônibus com mais de 7,4 m não podem mais trafegar pelo trecho de serra da rodovia Oswaldo Cruz, que liga as cidades do Vale ao Litoral Norte. Segundo o órgão responsável pela estrada, a medida visa a segurança de motoristas e usuários.

A norma afeta os ônibus intermunicipais de 14 metros que faziam o percurso até Ubatuba. Para cumprir as medidas, a Empresa São José, detentora da linha, teve que desviar a rota do ônibus. Antes a linha Guaratinguetá, Taubaté e Ubatuba era feita pela SP 125, e agora faz o caminho pela rodovia dos Tamoios, de São José dos Campos a Caraguatatuba, para depois seguir viagem a Ubatuba e Paraty, RJ. O percurso, que durava duas horas e meia, agora deve levar cerca de cinco horas.

De acordo com a proprietária da Empresa São José, Edna Abdalla, a empresa é detentora da linha há 55 anos e nunca houve nenhum acidente grave em curvas. Ela disse ainda que os motoristas são devidamente treinados e com longos anos de experiência no percurso de Guaratinguetá/Ubatuba, e que os ônibus contam com motores e freios apropriados para a descida e subida de serra. “Nós sabemos que a estrada SP 125 requer cuidados, mas ela é a única ligação que nós temos para chegar mais rápido em Ubatuba e Paraty, de forma a não prejudicar os estudantes, trabalhadores e turistas, que utilizam o ônibus. Quem fez o estudo não pensou na população”, comentou.

A empresária salientou que a portaria obriga a aquisição, por parte da empresa, de um micro-ônibus de 7,4 metros, e só uma empresa produz este tipo de veículo. Seis ônibus foram adquiridos para a linha Taubaté/Pindamonhangaba à Ubatuba, com capacidade para 22 pessoas. Além disso, os micro-ônibus não têm bagageiro, apenas um porta-malas com espaço de com 4 m³.

“Os passageiros estão reclamando bastante porque não dá mais para levar bagagem, e este micro-ônibus não tem força necessária para subir a Serra do Mar, além do que apenas uma empresa produz o veículo que se adeque à portaria, limitando a escolha de qual modelo seria o melhor para a estrada.”

Antes da restrição, a companhia disponibilizava quatro horários para Ubatuba durante a semana, e dez nos finais de semana. Na virada do ano, a demanda exigia até 22 viagens. Os novos horários extras funcionarão às sextas-feiras com quatro viagens, e aos domingos com três.

Uma ação está sendo movida pela Empresa São José para reverter a decisão. O DER informou que a restrição deve ser mantida.

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