Transformado em referência, Frei Galvão cobra envio de verbas do Estadão

Hospital passa a atender 17 municípios; Governo Alckmin promete ainda AME em Lorena e leitos de Aparecida

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

A intenção do governador Geraldo Alckmin (PSDB) em fazer do Hospital Frei Galvão um centro de atendimento regional, divulgada no início de dezembro, foi confirmada nesta terça-feira. Mas a notícia não chegou a animar a diretoria do hospital, que questionou a intenção do Estado em aumentar o repasse para custear o serviço.
Durante uma reunião realizada em São Paulo, foram anunciadas uma série de medidas de reestruturação do sistema de saúde no Vale do Paraíba. Guará passa a ser sede do centro referência no atendimento a 17 municípios com a transformação do Hospital Maternidade Frei Galvão, em “hospital estruturante”, prestando serviços hospitalares de grande porte e considerados referências em suas regiões para a realização de procedimentos de alta complexidade, como neurocirurgia, hemodiálise, cateterismo, cirurgias cardíacas, tratamentos de quimioterapia e radioterapia.
O administrador do Frei Galvão, Gilberto Nering, salientou que a unidade já atende em média e alta complexidade em algumas especialidades, mas o Estado nunca tem verba suficiente para atender a todos, com isso, a demanda fica reprimida.
Segundo ele, não adianta o hospital ser estruturante e o Governo não conceder aumento de teto para a região. “Não adianta querer atender 17 municípios e continuar com a mesma verba. É preciso que o teto seja revisto, ou então, continuaremos na mesma situação, com pacientes sem atendimento, tendo que receber assistência em outras cidades, como Taubaté, Guarulhos e Barretos.”
Além do Frei Galvão, que passará a atender em média e alta complexidade, a Santa casa de Guará também receberá uma injeção nos serviços, passando a unidade estratégica para a região, na demanda de maternidade e média complexidade de neurocirurgia e ortopedia.
Articulador da implantação de um hospital do Estado na sub-região de Guaratinguetá, o deputado estadual Padre Afonso Lobato (PV) acredita que a alteração deve resolver não só o problema do Vale Histórico, mas também desafogar o Hospital Regional de Taubaté.
“Há muito tempo tenho buscado com o secretário estadual de Saúde, Davi Uip, o adjunto, Wilson Pollara, prefeitos, secretários municipais e o próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB), um equipamento que possa atender a demanda dos municípios dessa região”, comentou.
De acordo com o deputado, o Frei Galvão e a Santa Casa já possuem estrutura física e clínica para atender os pacientes das regionais de Guaratinguetá e Cruzeiro, sendo necessário um aporte do Estado 70% maior que o atual para custear o serviço. “
O parlamentar salientou ainda que o atendimento regional de alta e média complexidade reduzirá as dificuldades dos moradores de cidades mais distantes em garantir assistência médica. “Não podíamos aceitar que os pacientes saíssem de Bananal e Arapeí, por exemplo, para fazer quimioterapia em Guarulhos. Isso é desumano, pois as pessoas já estão fragilizadas pela doença e ainda precisam enfrentar a estrada, saindo de casa de madrugada e voltando só à noite”.
Aguarde – Segundo Lobato, o governo garantiu que deverão ser inaugurados em breve o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) de Lorena e nove leitos de UTI na Santa Casa de Aparecida. “O secretário de Estado afirmou que serão inaugurados com a máxima urgência. Sobre o AME de Lorena, o Estado garantiu entregar no primeiro semestre de 2016. Com isso, a região ganhará importantes instrumentos de saúde para atender a população”,
Ele destacou que o Estado deve investir na recuperação da Santa Casa de Cruzeiro para que ela continue atendendo aos municípios do Vale Histórico.

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