Soliva questiona gastos da Prefeitura de Guaratinguetá no Portal da Transparência

Cadeira de R$ 83 mil, banco de madeira de R$ 11 mil e monitores de R$ 55 mil estão entre os itens apontados

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Marcus Soliva busca saber: realidade dos números da administração ou falha no Portal? (Foto: Lucas Barbosa)

Da Redação
Guaratinguetá

Uma análise da equipe do vereador Marcus Soliva (PSL) sobre os gastos da Prefeitura no Portal da Transparência levou a cobrança de informações à Prefeitura, após encontrar números muito além da média de mercado. Os gastos são referentes à compra de móveis e materiais de informática, com direito a banco de madeira por R$ 11,1 mil.

O trabalho realizado durou meses, de acordo com o parlamentar. Tempo suficiente para que dados “estranhos” chamassem a atenção de Soliva.

Entre as diferenças mais gritantes nas compras entre 2014 e 2015, além do banco de madeira de R$ 11,1 mil, estaria a compra de 55 ventiladores por R$ 338.160, sendo R$ 6.152 a unidade. Outros fatores foram destacados em relatório formulado pelo vereador, apresentado em requerimento na sessão desta terça-feira.

Ele destacou a compra de mesas por R$ 5.932 cada; mesmo preço pago por cada unidade de cadeira, armário por R$ 21.637, bebedouro por R$ 2.760, dois preços para CPUs em R$ 2.535 e R$23,1 mil e três preços para monitores em R$ 10,52 mil, R$ 23,1 e R$ 55,77 mil.

Mas entre os valores “gritantes” em mãos, o que mais assustou o vereador foi a unidade de cadeiras, que estariam com preço estipulados em cerca de R$ 83 mil.

Soliva encaminhou o requerimento à Prefeitura pedindo detalhes das compras, mas garantiu que não se trata de uma denúncia contra a administração de Francisco Carlos (PSDB).

“Não acredito em superfaturamento, mas isso nos motivou a encaminhar um requerimento para sabermos o que aconteceu com esses dados. Quero crer que há um erro no Portal de Transparência, para questionar o porque deste erro, talvez de digitação, de entendimento, mas algum erro teve no Portal”, avaliou.

Apesar de manter o discurso de que acredita em equivoco do serviço online, o vereador lembrou que os erros não estariam apenas nos valores de unidades, mas também na soma.

O requerimento pede cópias de empenhos e notas fiscais das compras realizadas entre 2014 e 2015. Para Soliva, as informações sobre os materiais adquiridos pela Prefeitura são vagas.

“Cobro esses dados para podermos comparar. Se existir o erro, queremos saber os valores corretos. Pedimos mais transparência no Portal, porque cada coisa precisa estar mais bem especificada. Precisamos de informações como a marca das coisas, a potência dos aparelhos, o fornecedor. Com isso, conseguiríamos fazer uma comparação mais exata”, explicou.

O Portal – Criado em 2009, o Portal de Transparência é um serviço que centraliza as informações do poder público como licitações, compras de materiais, contas a pagar, relatório de controle e contratações.

O serviço contém informações em todas as esferas do poder público: municipal, estadual e federal, nos poderes Legislativo e Executivo. Cada governo é obrigado a lançar informações mensalmente, com dados corretos, sob pena de responder à Lei de Improbidade Administrativa.

“O importante é que o povo tem de saber que o Portal da Transparência é para que a população tenha acesso e saiba o que está sendo feito com o dinheiro. Não apenas os agentes políticos, mas todos, porque as prefeituras, câmaras, governos estaduais, federal e o Congresso trabalham com o dinheiro do povo”, destacou Soliva.

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