Sindicato pede e Câmara adia votação para reajuste salarial na educação

Vereadores têm sessenta dias analisar projeto, que reajusta salário de diretores, vice-diretores e coordenadores

O presidente do Sindicato dos Servidores, José Eduardo Ayres, em reunião improvisada com vereadores (Foto: Leandro Oliveira)
O presidente do Sindicato dos Servidores, José Eduardo Ayres, em reunião improvisada com vereadores (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Uma antiga pauta voltou à Câmara de Guaratinguetá. O Executivo encaminhou novamente o projeto de lei que autoriza reposição salarial para diretores e vice-diretores de escola, coordenadores pedagógicos e coordenadores de creche. Minutos antes da abertura da sessão, o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, José Eduardo Ayres, se reuniu com os vereadores. A rápida reunião durou cinco minutos e os parlamentares decidiram adiar a votação desse projeto por sessenta dias.

Ayres alegou que os diretores e vice-diretores também são professores e já foram contemplados com o reajuste de 11,67%, aplicado em abril. Os educadores do PEB 2 (Professores de Ensino Básico 2) só tiveram os salários reajustados em 2,98%. “Não sou contra eles terem aumento, pelo contrário, penso que eles precisam de muito mais do que 11%. Só que os professores do PEB 2 tiveram um reajuste incompatível”, respondeu.

O presidente da Câmara, Marcelo Coutinho, o Celão (PSD), seguiu na mesma linha de raciocínio de Ayres. “Em outras discussões, concedemos aumentos para parte dos servidores do PEB 1 e PEB 2. Alguns cargos de coordenadores, supervisores e diretores, são ocupados por trabalhadores que já obtiveram um primeiro reajuste. Ou seja, se aprovássemos esse novo aumento, no nosso entendimento estaríamos infringindo a Lei Eleitoral”,.

Essa é a segunda vez que o Executivo encaminha a proposta para a Câmara. Na primeira vez, o Sindicato também se antecipou e dialogou com os vereadores, que derrubaram a pauta. Na última terça-feira, Ayres chegou à Casa e conversou particularmente com cada vereador. A sessão foi aberta e imediatamente interrompida, para que os parlamentares pudessem conversar juntos com o presidente do Sindicato. “Eu pedi aos vereadores que prorrogassem o prazo para a votação”, destacou Ayres.

Questionado sobre sua intervenção junto aos parlamentares, e se a tendência era de que o projeto fosse aprovado, ele respondeu: “Não sei se aprovariam. Eles estavam na dúvida. Apesar de termos discutido essa proposta com eles ao longo do ano, alguns vereadores disseram que com o fim do período eleitoral, poderiam votar, mas a nossa questão não se limita ao período eleitoral, e sim de ser coerente com todos os trabalhadores. O diretor ‘está diretor’ mas é professor e já teve o seu aumento”, concluiu.

A Câmara tem, a partir desta semana, sessenta dias para analisar o projeto e colocá-lo em votação. Os vereadores podem votá-lo em qualquer período dentro desse tempo pré-estabelecido. Para Celão, é primordial que os vereadores tenham cautela ao votar projetos neste ano. “A gente sempre procura votar esses projetos sem pressa e com muita base. Na Lei Eleitoral, só podemos permitir reajustes dentro da inflação, que gira em torno de 11,6%. Por isso, não podemos conceder nenhum aumento superior a esse índice”.

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