Sem avanço em negociação, funcionários da AGC podem entrar em greve

Nova assembleia deve definir futuro do movimento; Gerdau para em protestos após corte de benefícios

Funcionários da AGC na assembleia para cobrar empresa por cortes de benefícios (Foto: Da Assessoria)
Funcionários da AGC na assembleia para cobrar empresa por cortes de benefícios (Foto: Da Assessoria)

Lucas Barbosa
Guaratinguetá

Sem grandes avanços após reunião na última sexta-feira com representantes da AGC Vidros, o Sindicato dos Vidreiros de São José dos Campos não descartou a realização de um movimento de greve nas próximas semanas. Os trabalhadores cobram aumento do vale alimentação e que a empresa não desconte dos salários do auxílio transporte.

No último dia 2, os funcionários da AGC, da planta de Guaratinguetá, realizaram uma paralisação cobrando aumento no vale alimentação e que a empresa não desconte dos salários parte do auxílio transporte. A categoria cobra que o vale alimentação, atualmente em R$ 250, suba para R$ 300.

De acordo com o diretor do sindicato, Francisco Corrêa, uma reunião realizada com os responsáveis pelo setor de Recursos Humanos da AGC, não resultou nos avanços desejados pela categoria. “Agora, a empresa ofereceu um aumento de apenas R$ 22 no vale alimentação. Ainda está muito abaixo do que os trabalhadores merecem. A empresa disse que está passando por problemas financeiros, mas isso é no mínimo controverso porque a AGC anunciou que em breve vai realizar investimentos de R$ 750 milhões em outra planta”.

Sobre o vale transporte, os trabalhadores cobram que a fabricante de vidros para de descontar os 3% do pagamento dos funcionários, que integram o vale transporte. Segundo Corrêa, a empresa alegou durante a reunião que no momento não possui condições de atender ao pedido dos funcionários.

Segundo Corrêa, a categoria deve realizar uma assembleia na próxima semana, onde será discutido quais serão os próximos passos em busca de melhorias trabalhistas. “Caso a AGC não melhore suas contrapropostas, seremos obrigados a tomar outras atitudes. Não descartamos a realização de uma greve, pois os trabalhadores estão muito insatisfeitos e até mesmo chateados com a postura da empresa”.

Outro lado – O Jornal Atos solicitou um posicionamento da AGC Vidros, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi enviada.

Gerdau – Os funcionários da siderúrgica Gerdau, em Pindamonhangaba, realizaram uma paralisação na manhã da última sexta-feira, em protesto ao corte de benefícios que será feito em todas unidades da empresa no país. Além do ato, os trabalhadores aprovaram que o Sindicato dos Metalúrgicos de Pinda entre com uma ação judicial coletiva contra a medida.

De acordo com o sindicato da categoria, a gerência da Gerdau revelou que pretende aplicar o pacote de redução a partir de 1º de junho, nos benefícios ligados a medicamentos, atendimento odontológico e bolsas de estudo.

O presidente do sindicato, Herivelto Moraes, o Vela, revelou que após assembleia, o órgão entrará com ação judicial contra a medida. “Daremos andamento jurídico, mas o mais importante é a mobilização. Esse ato nacional mostra que os trabalhadores não vão aceitar a redução de direitos, seja pela direção da Gerdau, seja por um novo governo que representa os interesses dos patrões”.

Em meio ao protesto, a categoria também criticou a postura da empresa em manter um baixo efetivo nos setores de acabamentos leve, pesado e aciaria, que tem gerado acúmulos de função e riscos para a segurança.

Os protestos foram organizados pela Rede Sindical Nacional de Trabalhadores na Gerdau, que engloba várias centrais sindicais. O ato também protestou contra a intransigência da empresa por ainda não ter atendido a pauta da Campanha Salarial 2015 em várias unidades.

Gerdau – A reportagem do Jornal Atos tentou entrar em contato com os representantes da Gerdau, mas até o fechamento desta edição nenhum responsável foi localizado para comentar o caso.

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