Sem acordo com Francisco Carlos, servidores iniciam greve em Guará

Funcionários da Prefeitura pedem 15% de reajuste; proposta é rejeitada

O presidente do sindicato José Eduardo Ayres fala sobre reivindicações, observado por servidores que tomaram a praça Conselheiro (Leandro Oliveira)
O presidente do sindicato José Eduardo Ayres fala sobre reivindicações, observado por servidores que tomaram a praça Conselheiro (Leandro Oliveira)

Carlos Pimentel
Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Os servidores municipais de Guaratinguetá decretaram greve em assembleia realizada na última quinta-feira. A medida foi definida no sindicato da categoria, após o órgão não chegar a um acordo com a Prefeitura pelo reajuste do funcionalismo.
Na terça-feira, o sindicato se reuniu com o prefeito Francisco Carlos Moreira (PSDB) e com o secretário de Administração, Carlos Alexandre. Após mais de três horas, não houve avanços por parte do Executivo, que afirmou que o único reajuste que será dado são os 11% para funcionários que ganham R$ 788. O índice já foi aprovado na Câmara e o aumento, além do cartão alimentação que passaria de R$ 200 para R$ 250. O sindicato pede 15% de reajuste e elevação para R$ 500 no cartão alimentação.
Após a reunião, o sindicato levou a proposta aos servidores municipais que deflagraram a greve. “Não houve nenhum avanço do Executivo, que não fará nenhum reajuste, além dos 11% já aprovados pelos vereadores, mais nada. Nada de elevação no cartão alimentação, nada de periculosidade para os vigias, e também não cumpriu com os outros acordos firmados”, comentou o presidente do sindicato dos Servidores Municipais, José Eduardo Ayres.
Ayres explicou que nenhuma alteração deve acontecer por enquanto. O sindicato fará as notificações necessárias, e após comunicar os órgãos competentes, tem um prazo de 72 horas para iniciar a greve. “Saímos do estado de greve. A partir do momento que comunicar o Executivo, há um prazo de 72 horas para fazer iniciar a paralisação. Ainda não sei quais secretarias irão paralisar, pois estamos analisando o que pode e o que não pode, para não infringir a lei de greve”.
Segundo o sindicato, caso dentro destas 72 horas o Executivo apresente uma contraproposta, uma nova assembleia pode ser convocada junto aos servidores e a paralisação poderá ser abortada.
Protestos – Na estratégia de cobrança pelo reajuste acima do anunciado pelo governo tucano, os servidores participaram de um manifesto no último sábado, que reuniu cerca de duzentos trabalhadores na praça Conselheiro Rodrigues Alves, além da presença de sindicatos de cidades vizinhas e da Grande São Paulo.
Munidos com cartazes, faixas e palavras de ordem, os servidores acompanharam as reivindicações explicadas por Ayres, que falou em cima de um caminhão da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos Municipais do Estado de São Paulo por quase uma hora.
O sindicalista voltou a criticar a administração municipal e o descaso com o tratamento ao trabalhador. “Nós estamos demonstrando nosso descontentamento com os métodos que o poder público municipal trata o servidor. Estamos brigando pelo aumento de salário, melhoria do cartão alimentação e condição de trabalho”, contou.
Durante a manifestação, servidores também criticaram a administração municipal e as condições de trabalho. “A gente viu o governador (Geraldo Alckmin) falando sobre a construção da segunda unidade da AGC (a fabricante de vidros anunciou a segunda unidade na cidade na última semana). Ele disse que Guará é uma cidade rica, mas cadê essa riqueza na hora de dar um aumento digno ao servidor público?”, questionou um dos trabalhadores que preferiu não ter o nome citado.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?