Santa Casa de Guará é plano B do Estado para atendimentos

Governo negocia com entidade para absorver a demanda

A Santa Casa de Guaratinguetá tem o apoio de deputado para conseguir investimento do Estado (Foto: Carlos Pimentel)
A Santa Casa de Guaratinguetá tem o apoio de deputado para conseguir investimento do Estado (Foto: Carlos Pimentel)

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

Com o impasse entre Hospital Frei Galvão e Governo do Estado de São Paulo, que culminou no descredenciamento da cardiologia e na iminente desabilitação de oncologia e hemodiálise, o Estado negocia com a Santa Casa de Guaratinguetá para absorver a demanda de alta complexidade da região. O Hospital Frei Galvão era referência para 17 municípios do chamado ‘Circuito da Fé’.

No mês passado, a Santa Casa de Guaratinguetá enviou um projeto para a secretaria de Saúde do Estado que prevê a ampliação de vinte leitos UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A proposta foi enviada a pedido da própria secretaria que está readequando o sistema de saúde no Vale Histórico, com a adaptação das santas casas locais para o atendimento de média e alta complexidade, para facilitar o acesso da população regional.

Na semana passada, o deputado estadual Padre Afonso Lobato (PV) se reuniu com o secretário de Saúde do Estado, David Uip, para dar ciência da situação das quatros santas casas da região, Cruzeiro, Aparecida, Lorena e Guaratinguetá. Após o declínio do Frei Galvão, em se tornar hospital estruturante, o “plano B” do Estado é investir nas santas casas para que elas possam atender a alta complexidade na região. “O Estado vai começar o processo pela Santa Casa de Guaratinguetá, para que ela possa absorver a demanda do Vale Histórico. A intenção é que os trabalhos comecem já, por isso já está em tratativas com a Santa Casa para que ela receba os recursos e possa oferecer os serviços”, explicou o deputado.

A proposta da Santa Casa de Guaratinguetá é, no primeiro momento, atender em caráter de emergência, absorver uma cota de pacientes para que eles não tenham de se deslocar da cidade. Na reunião com a secretaria de Saúde do Estado, a Santa Casa demonstrou que ainda não tem condições de abranger toda a demanda que era acatada pelo Hospital Frei Galvão, e solicitou investimentos, parcerias e dotação de infraestrutura para atender a demanda da região.

A administração da Santa Casa confirmou as negociações com o Estado. Em entrevista ao Jornal Atos, em abril, o administrador da Santa Casa, João Marcos Romain, disse que o Estado entende que a região tem carência de leitos UTI e precisa se deslocar por grandes distâncias para se tratar. “A demanda é grande. Só em 2015 atendemos mais de trezentos pacientes de UTI da região, e tivemos ocupação total de UTI, o que às vezes nos impossibilita de atender outros pedidos em função da grande demanda. Surgiu a oportunidade da ampliação de mais vinte leitos UTI e estamos em negociação com o Estado”, comentou.

Romain ressaltou que a Santa Casa já atende alguns procedimentos de alta complexidade na área de ortopedia, e as negociações com o Estado estão sendo feitas com cautela para que haja um equilíbrio entre o que o Estado quer, e o que ele está disposto a reembolsar. “Estamos conversando para que fique bem claro, quanto às regras, funcionamento, fluxo de funcionários, questão de recursos disponibilizados, necessidade de contratação de equipe médica e ampliação da infraestrutura. Para firmar o convênio precisamos de garantias, caso contrário será objeto de débito para a Santa Casa”.

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