Redução no quadro de professores prejudica universitários da FEG

Reitoria não tem previsão para contratação em Guará; alunos temem fechamento de cursos

Estudantes se reúnem em frente à FEG para debater falta de professores; medidas tentam evitar fim de curso (Fotos: Colaboração)
Estudantes se reúnem em frente à FEG para debater falta de professores; medidas tentam evitar fim de curso (Fotos: Colaboração)

Da Redação
Guaratinguetá

Os alunos da FEG (Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá) – Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), a mais tradicional universidade da cidade e uma das mais concorridas do Vale do Paraíba, sofrem com a redução no quadro de professores, principalmente nos cursos de Engenharia Civil e Mecânica.

Os universitários temem que a falta de docentes chegue a um nível crítico e possa resultar no fechamento dos cursos e transferência dos alunos para o Campus de Ilha Solteira e Bauru. Somando-se os dois cursos, são cerca de mil alunos na unidade de Guaratinguetá.

De acordo com o estudante de Engenharia Civil e presidente do Centro Acadêmico, Darci Toledo, a situação está complicada há dois anos. “Desde 2014, o quadro de professores da Engenharia Civil tem caído bastante, a gente está com seis professores. Se olhar o regimento interno da Unesp, precisaria ter, no mínimo, 15 professores. Nós estamos num quadro bem crítico, com projeções de aposentadoria, um quadro que está se estendendo há três ou quatro anos. O curso de Engenharia Mecânica daqui a dois ou três anos estará na mesma situação”.

Em uma página criada na rede social Facebook, chamada “Grupo MobilizAção”, os universitários pedem a ajuda dos alunos para reivindicar a contratação de docentes para o Campus de Guaratinguetá. Em carta aberta, os organizadores do grupo relatam que, “caso não sejam tomadas atitudes, devemos presenciar o encerramento do nosso curso”. Eles afirmaram ainda que vieram “mostrar que nós não ficaremos calados frente a promessas vazias, desculpas esfarrapadas e soluções paliativas”.

Toledo relembrou que em 2014 já houve uma conversa com a reitoria. “Eles falaram que em dois anos seriam contratados novos professores. Passaram-se dois anos, estamos em 2016, fomos novamente cobrar a reitoria e ela falou que, no mínimo, daqui a três anos serão feitas contratações de docentes. Estamos ouvindo promessas e essas pessoas cada vez mais aumentam o período de tempo, e o nosso ensino só está sendo prejudicado com isso”.

Crise – De acordo com a assessoria de imprensa da Reitoria da Unesp, o quadro de professores não é reposto devido as dificuldades econômicas que a universidade atravessa, com a redução de recursos provindos do ICMS e, por isso, as contratações estão suspensas desde 29 de maio de 2014. Questionados sobre a previsão para abertura de um novo concurso, a assessoria não respondeu.

Engenharia Ambiental – Outra reivindicação dos alunos é com relação a abertura desenfreada de cursos de engenharia em diversos Campi, sem contemplar a cidade de Guaratinguetá. Um exemplo foi a criação, em 2012, do curso de Engenharia Ambiental do Campus de São José, onde até então funcionava apenas o curso de Odontologia.

Os universitários afirmam que, caso a unidade escolhida fosse Guaratinguetá, os investimentos seriam menores porque o campus já possui uma infraestrutura devido aos cursos existentes, e permitiria a contratação de novos docentes.

A assessoria justificou dizendo que o processo de escolha de um curso passa pela congregação da unidade e pelos órgãos colegiados centrais da reitoria, e que novos cursos serão abertos apenas com a garantia de recursos perenes do governo do Estado de São Paulo. E explicou ainda que novos cursos são solicitados pelas congregações da unidade, solicitação essa que não partiu da unidade de Guaratinguetá.

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