Professores temem fechamento de escola em Guará

Grupo protesta contra determinação nacional de separar ensino médio do fundamental

Protesto 1
Pais, alunos e funcionários fizeram protesto em Guará (Foto: Fábio Seletti)

Fábio Seletti
Guaratinguetá

Professores, alunos e pais têm demonstrado preocupação com o projeto da secretaria da Educação do Estado. A proposta do Governo é baseada na adequação de diretrizes nacionais de ensino, que exigem a separação entre alunos do ensino médio e fundamental. Em Guaratinguetá, as alterações afetariam a escola estadual “Flamínio Lessa”, que faz parte de uma lista de 15 escolas da região que correm o risco de fechar.

A ideia do Estado é implantar a mudança a partir de 2016. O receio de quem contesta o projeto é que colégios sejam fechados na região.

Professora da rede pública há 26 anos, Marcia Fialho compõe o atual quadro do Flamínio, acredita no “enxugamento da máquina”. “Quantos professores ficarão desempregados? O Estado faz reformas sem consultar a base. Ele não conversa”, criticou. “As medidas são tomadas de cima para baixo, por isso que não funciona”.

Pais, alunos e funcionários protestaram em frente à Diretoria de Ensino de Guaratinguetá.

A reforma também prevê a municipalização do ensino fundamental. A proposta implica na transferência dos alunos que cursam o ensino médio no “Ernesto Quissak” para a escola “Luiz Meneses”, em bairro vizinho.

Coordenadora de ensino do Quissak, Juliana Aparecida da Silva questionou a distância que, segundo a secretaria de Educação, tem que ser em um raio de 1,5 quilômetro de uma escola para a outra. “A distância é de 2,6 quilometros, sendo maior que a determinada pelo próprio Estado. As mudanças deveriam ser discutidas com a comunidade”.

Lidiene Carvalho estuda no “Ernesto Quissak” e participou da manifestação. Ela questionou o tamanho da nova escola para onde poderá ser transferida. “No Quissak há entre trinta e quarenta alunos por sala, enquanto que no Luis Menezes vão ficar sessenta”.

Governo – O diretor regional de Ensino, Cândido José dos Santos, analisou de outra forma a situação e entende que os protestos “são naturais e saudáveis”. “Com as modificações, eu acharia estranho se não houvesse alguma manifestação”, brincou.

De acordo com Cândido, esses questionamentos são baseados em estudos preliminares. Segundo ele “ainda não há nada decidido”. Os fechamentos das propostas ocorrerão na próxima sexta-feira, quando a diretoria regional terá oportunidade de negociar as modificações com a secretaria de Educação.

Com relação aos questionamentos sobre as distâncias entre as escolas, ele afirmou que elas são de um raio de 1,5 quilômetro de uma escola a outra.

Sobre as demissões, o diretor afirmou que os professores não concursados poderão ter a suspensão de seus contratos. Ele garantiu também que todas as alterações serão discutidas com as comunidades anteriormente.

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