Passageiros protestam contra abandono de pontos de ônibus em Guará

Prefeitura e empresas fazem “jogo de empurra” sobre responsabilidade; falta de cobertura e assento são alguns dos problemas relatados

 Carlos Pimentel

 Guaratinguetá

Comerciária improvisa uma capa para se proteger do sol (Carlos Pimentel)
Comerciária improvisa uma capa para se proteger do sol (Carlos Pimentel)

Moradores de Guaratinguetá, que utilizam o transporte público coletivo, reclamam da precariedade em pontos de ônibus do município. Problemas como falta de assento e cobertura, além de mato e lixo, são as principais reivindicações dos usuários.

Em alguns locais foram flagradas até estruturas improvisadas pelos próprios passageiros, que precisam de um lugar para esperar o coletivo. Entre eles, no bairro Pedregulho, onde os usuários fizeram um “banco” com tijolos e madeira.

“As pessoas chegam do trabalho, com criança e tem que ficar em pé. É cansativo, fora que há muita gente de idade também”, comentou a balconista Maíra dos Santos.

Outra reclamação constante é do ponto de ônibus que fica ao lado do Buriti Shopping. O local não possui cobertura nem assentos e os passageiros aguardam o ônibus debaixo de sol e chuva. “É desconfortável esperar o ônibus nesta situação, principalmente em dias de chuva, ou sol forte. Eu já vi idosos passarem mal neste ponto, em virtude do forte calor. Este ponto recebe diariamente muitas pessoas que trabalham ou frequentam o shopping. É um descaso total com a população esta situação”, salientou a estudante de direito, Marília do Amaral.

Segundo Marília, neste ponto, há um estabelecimento que foi abandonado, e os usuários tem que conviver com o mau cheiro vindo do local, em virtude de lixos que são jogados no interior dele. “É triste ter que esperar o transporte público em condições como estas. Ficar em pé, embaixo de sol ou chuva e respirar um cheiro insuportável todos os dias”, protestou.

No dia 10 de agosto deste ano, a passagem de ônibus em Guaratinguetá sofreu um reajuste de 12% e passou de R$ 2,85 para R$ 3,20. De acordo com a Prefeitura, o aumento foi baseado na alta dos insumos, como o preço dos combustíveis. A tarifa em Guaratinguetá não era reajustada há dois anos.

O assistente de escritório, Glauco Costa explicou que a passagem ficou mais cara, mas não houve melhorias no transporte público da cidade. “Estamos pagando cada vez mais por um serviço que a cada dia piora. São abrigos sem cobertura e sem assentos, ônibus que não cumprem o horário marcado, superlotação e falta de educação de alguns motoristas. Está difícil utilizar o transporte público em Guará”, desabafou.

Neste ano, a Prefeitura abriu a licitação para a contratação de uma concessionária que vai gerir o transporte público em 2016. Com o novo contrato, Guará deve implantar mudanças no sistema, hoje realizado por duas empresas que operam com o contrato já encerrado.

A questão que vai determinar a vencedora da licitação será quem pagar o maior valor de outorga, partindo de um valor mínimo de R$ 3,5 milhões que será pago em duas vezes em um curto prazo e quem oferecer o menor valor tarifário partindo R$ 3,20.

Entre as solicitações, o edital prevê a bilhetagem eletrônica, circulação de no mínimo quarenta ônibus, sendo que todos deverão ter elevadores para acesso de cadeirantes. A concessão para exploração do transporte público será de 15 anos.

Resposta – A empresa São José e Oceano, responsáveis pelo transporte público em Guaratinguetá informaram que a responsabilidade dos pontos de ônibus é do Serviço Municipal de Trânsito e da secretaria de Serviços Urbanos. A Prefeitura, porém, afirmou que a responsabilidade é das empresas que exploram o transporte público na cidade.

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