Ministério falha e Vale tem estoque de vacinas contra a meningite zerado

Atraso prejudica imunizações nos municípios; Guará não tem prazo para reposição

Vacinação iniciada na região na última semana já teve grande procura; cidades se preparam para atender avanço da demanda regional (Foto: Arquivo Atos)
Atendimento a pacientes na região; falha no sistema de distribuição do governo do Estado deixa secretarias municipais sem estoque (Foto: Arquivo Atos)
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
Um atraso na entrega da vacina que combate a meningite acarreta em desabastecimento em todo o País. Na região, não é diferente. Guaratinguetá e Lorena estão sem estoque para a imunização com a meningocócica C (vacina) desde julho. Em Guaratinguetá, a situação é mais preocupante, pois não há previsão de reposição vacinal.A informação oficial é que o Ministério da Saúde teve dificuldades na compra da vacina, comprometendo o encaminhamento para os municípios. A expectativa inicial era que o estoque seria regularizado no início do mês, mas os setores municipais responsáveis por imunizações confirmaram que continuam sem a vacina.Guaratinguetá recebe em média quinhentas doses da vacina meningocócica C por mês, mas desde julho, a reposição do estoque vacinal está incompleta. “O Estado está com problema com atraso na entrega do laboratório produtor, e isso acarreta no desabastecimento da vacina. Recebemos no mês passado cinquenta doses e foram aplicadas todas em um dia”, explicou a chefe da Vigilância Epidemiológica municipal, Karina Nunes Regino.
A secretaria municipal de Saúde recebeu a grade vacinal para o mês com as imunizações que foram passadas pelo Estado, mas a meningocócica C não foi entregue e o município solicitou uma explicação junto ao GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica Estadual).

“A resposta foi que eles não teriam previsão nem de chegada dessa vacina”, salientou Karina. “O último abastecimento foi no começo de julho. Devemos receber a grade na semana que vem, mas já fomos informados que não receberemos a meningocócica no momento. Liguei ontem no Estado e nos passaram que não tem expectativa de reposição”, concluiu.

Sem estoque para vacinar as crianças, a Vigilância Epidemiológica ressaltou que é importante tomar cuidados como evitar locais com aglomeração e lugares fechados, além da necessidade de aguardar a chegada das imunizações. “Assim que recebermos, vamos comunicar a população para que as pessoas possam procurar os postos de vacina para atualizar a caderneta de vacinação das crianças”, finalizou.

Em Lorena a situação é semelhante. O município recebeu em julho apenas cinquenta doses da imunização, que se esgotaram rapidamente. Mas diferente de Guaratinguetá, Lorena poderá receber cerca de cem doses, o que representa aproximadamente 30% da carga ideal para um mês. A previsão é de que as imunizações cheguem à secretaria de Saúde na próxima semana. “A gente recebe em torno de 300, 350 doses. Devemos receber dessa vez um total de cem. A vacina poderá ser disponibilizada para a população já na terça-feira que vem”, respondeu a enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Lorena, Adriane de Freitas.

Em Aparecida, a Vigilância Epidemiológica Municipal não soube informar sobre o estoque vacinal. Em Cruzeiro, ninguém responsável pelo setor de saúde foi encontrado. Pindamonhangaba recebeu doses da vacina na última sexta-feira. “Recebemos duzentas unidades, que, na segunda-feira vão para os postos de saúde, mas devem acabar no mesmo dia. Esse total representa 30% da nossa carga necessária, já que tínhamos que receber entre 600 e 700 imunizações”, contou o diretor de Vigilância Epidemiológica local, Rafael Lamana.

Outro lado – Por meio de nota, o Ministério da Saúde reconheceu a falha na distribuição em todo o País. De acordo com o setor, o estoque será normalizado ainda neste mês. “No momento a vacina está sendo distribuída aos estados, porém, de forma reduzida, devido a atrasos na entrega pelo laboratório produtor, a Fundação Ezequiel Dias. Para os municípios que estão com estoque reduzido, orientamos a realização do agendamento da vacinação, de acordo com a disponibilidade das doses”.

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