Funcionários dos Correios entram em greve na região

Trabalhadores cobram manutenção de plano de saúde; movimento não tem previsão de término

Funcionários cruzam os braços em frente a unidade de Lorena; empresa alega falta de diálogo com a categoria (Foto: Lucas Barbosa)
Funcionários cruzam os braços em frente a unidade de Lorena; empresa alega falta de diálogo com a categoria (Foto: Lucas Barbosa)

Lucas Barbosa
Regional

Cerca de oitenta mil funcionários dos Correios entraram em greve em todo o país na manhã desta segunda-feira (12), em protesto à possíveis mudanças no plano de saúde oferecido pela empresa. Com a adesão de cerca de 60% dos trabalhadores do Vale do Paraíba, a paralisação seguirá por tempo indeterminado.

A greve nacional, convocada pela Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), protesta contra o risco de uma alteração no plano de saúde, que obrigaria os mais de 125 mil funcionários a pagarem mensalidades e retirarem dependentes dos contratos.

De acordo com o sindicato, a medida significaria um desrespeito à categoria, prejudicando ainda mais os servidores dos Correios que em média recebem os menores salários entre os funcionários de empresas públicas e estatais.

A manifestação também é vista pelos sindicalistas como uma forma de pressionar o TST (Tribunal Superior do Trabalho), que na tarde desta segunda-feira julgará a legalidade das mudanças no plano de saúde. Encarregada de organizar a greve na região, a direção do Sintect-VP (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos do Vale do Paraíba) revelou detalhes da mobilização. “Tivemos adesões expressivas em Aparecida, Cachoeira Paulista, Guaratinguetá, Lorena, Pindamonhangaba, Taubaté e São José dos Campos. Nossa expectativa é que o número de grevistas cresça a partir de terça-feira, já que infelizmente acreditamos que o TST acabará ficando do lado da empresa”, explicou o diretor, Luís Antônio de Oliveira.

O sindicalista criticou ainda outras atitudes da gerência dos Correios. “Existe um altíssimo déficit de servidores, principalmente de carteiros, que sobrecarrega muito os funcionários. Além de novas contratações, a empresa deveria promover melhorias em relação aos benefícios trabalhistas. Essa greve segue por tempo indeterminado até que os Correios tome alguma atitude para reverter este quadro”.

Outro lado – Em nota oficial, o Correios afirmou que respeita o direito de greve dos funcionários e que se reuniu diversas vezes com o sindicato da categoria afim de um acordo sobre o plano de saúde, mas isso não foi possível.

A empresa explicou que não possui mais condições financeiras para arcar sozinha com as despesas do plano médico dos servidores e seus dependentes.

A nota informou ainda que a greve parcial ainda não tem reflexo nos serviços de atendimento e que todas as agências estão abertas e funcionando normalmente.

 

 

 

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