Escolas de samba de Guará contabilizam prejuízos com cancelamento do desfile

Prefeitura retrocede a promessa de aporte financeiro, e agremiações sobram com dívida

A Escola de Samba Unidos do Tamandaré exibiu luxo e criatividade na avenida durante o último desfile, em 2014 (Atos Redação)
A Escola de Samba Unidos do Tamandaré exibiu luxo e criatividade na avenida durante o último desfile, em 2014 (Atos Redação)

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

O cancelamento dos desfiles das escolas de samba em Guaratinguetá ainda tem gerado lamentações da Terra de Frei Galvão. A Oesg (Organização das Escolas de Samba de Guaratinguetá) emitiu esta semana o relatório com os gastos das escolas feitos no primeiro planejamento financeiro para a folia, em R$ 182.600,00.
As agremiações já haviam assumido gastos para a organização da folia, com isso, acabaram ficando no prejuízo com o cancelamento do desfile.
Segundo o presidente do órgão, Distéfano Bastos, com a afirmação da Prefeitura em fazer o repasse para as agremiações, cada escola assumiu dívidas como a contratação de costureiras, figurinos e aluguel de barracões. “Este valor foi repassado pelos presidentes das associadas sobre os valores já gastos, antes da Prefeitura anunciar que não faria a subvenção. O Carnaval é coisa séria, envolve artistas, profissionais, além de envolver muitas empresas. Foi um valor perdido, mas quem perdeu foi o turismo, os artistas, as costureiras e a cultura da cidade”.
A Prefeitura de Guaratinguetá garantiu ter se baseado no questionamento do Tribunal de Contas do Estado. Afirmou que como as escolas não prestam serviços essenciais de educação, saúde ou assistência social, nos termos da lei, não poderia subvencionar as entidades carnavalescas.
Valores de gastos declarados pelas escolas: Beira Rio da Nova Guará (R$ 7 mil), Embaixada do Morro (R$ 20 mil), Mocidade Alegre do Pedregulho (R$ 31 mil), Bonecos Cobiçados (R$ 46.500,00) e Acadêmicos do Campo do Galvão (R$ 77.600,00). A escola de samba Unidos da Tamandaré não declarou os gastos para a Organização das Escolas de Samba de Guaratinguetá.
Em julho de 2015, Oesg e Prefeitura se reuniram para definir o futuro do Carnaval em 2016. Na oportunidade, o Executivo bateu o martelo e afirmou que as escolas de samba de Guaratinguetá iriam realizar o desfile na avenida Presidente Vargas neste ano. O prefeito definiu uma verba de R$ 800 mil para a realização do carnaval, sendo R$ 50 mil para cada uma das seis agremiações e o restante, R$ 500 mil, para a montagem da estrutura da avenida.
Mas no dia 3 de novembro, a Prefeitura informou que não faria o repasse às escolas em virtude de um parecer do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, com relação à subvenção para as escolas de Samba de Guaratinguetá. O parecer determinou que a Prefeitura deveria se abster de repassar recursos sob a forma de subvenção às escolas de samba, pois essas não prestam serviços essenciais de educação, saúde ou assistência social.
Com o anúncio da Prefeitura, a Oesg suspendeu o desfile de Carnaval em 2016 na cidade com a alegação de que, sem o repasse da Prefeitura, ficaria inviável arcar com os gastos do desfile. A verba é responsável por custear 30% do Carnaval.

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