EDP registra mais de duas mil ligações clandestinas na região

Fraudes influenciam no aumento da conta de luz; pena para o crime chega a quatro anos de prisão

Técnico da EDP durante vistorias externas; Companhia registra alto índice de fraudes de energia na região (Foto: Reprodução)
Técnico da EDP durante vistorias externas; Companhia registra alto índice de fraudes de energia na região (Foto: Reprodução)

Rafaela Lourenço
Região

A EDP registrou mais de duas mil fraudes de energia elétrica no Vale do Paraíba neste ano. A fiscalização realizada no primeiro semestre identificou um roubo de energia equivalente ao volume suficiente para abastecer Lorena por um mês.

Popularmente conhecidas como “gatos”, as ligações irregulares, além de oferecerem riscos de segurança, geram prejuízos à toda sociedade como o aumento da conta de luz. Através da fiscalização realizada na região nos seis primeiros meses do ano, 2.119 fraudes foram identificadas em residências, comércios e indústrias.

De acordo com a EDP, a cada seis residências vistoriadas pela equipe técnica, uma apresentou o furto de energia elétrica. Lorena, que possui 35 mil ligações, apresentou 70; Pindamonhangaba, com 65,5 mil, registrou 120 gatos; enquanto em Guaratinguetá, das 50,5 mil ligações 105 estavam irregulares. O levantamento detectou ainda fraudes em Aparecida (42), Potim (20), Cachoeira Paulista (13) e Roseira (6).

Com as ligações clandestinas, a distribuidora recuperou 16.428 MWh (Megawatts-hora), volume suficiente para abastecer por trinta dias a cidade de Lorena, que segundo o Seade (Portal de Estatísticas do Estado de São Paulo) possui 86.238 habitantes.

Através de uma central integrada de monitoramento remoto e de ferramentas de modelagem estatística, a Companhia identifica com mais previsão as inconsistências na medição dos clientes, com alertas e mapeamento de suspeita de irregularidades. Desta forma são feitas as inspeções em campo. Conforme as regras da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), após o flagrante e a medição de energia roubada feita pelos técnicos especialistas, é cobrado o valor não faturado durante do período do furto. “Muitas vezes, os ‘gatos’ são feitos de forma precária, o que aumenta muito o risco de acidentes graves a quem pratica o crime e para toda a população. O objetivo das ações da EDP é eliminar estes casos, garantindo segurança e também a qualidade do serviço aos consumidores que pagam suas contas em dia”, ressaltou o gestor executivo da EDP, Luciano Cavalcante.

Segundo a Abradee (Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica), a ligação clandestina é a segunda maior causa de morte no país relacionada à energia elétrica, perdendo apenas para manutenção e construção predial. Entre 2009 e 2017 foram registrados 279 óbitos. Economicamente, o furto de energia contribui para o aumento da conta de luz, pois além da energia perdida, os custos utilizados para identificar e coibir as fraudes são considerados pela Aneel para estabelecer o valor da energia por área de concessão.

A distribuidora ressalta que além do impacto financeiro, as ligações clandestinas pioram a qualidade do serviço prestado, pois sobrecarregam redes elétricas deixando o sistema de distribuição mais vulnerável a oscilações, e até mesmo interrupções de energia.

Pelo artigo 155 do Código Penal Brasileiro, furto de energia é crime e passível de multa e prisão de 1 a 4 anos. Denúncias podem ser feitas através do site edponline.com.br, pelo telefone da central de atendimento 0800 721 0123 ou pessoalmente nas agências da EDP.

 

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