Com redução na criminalidade, região aguarda aumento nos efetivos das Polícias Militar e Civil

Cidades tem queda no número de roubos e homicídios, mesmo com déficit estrutural; governo abre concursos para combate à violência

Uma das várias operações da Polícia Militar, na tentativa de reduzir a ação da criminalidade na região (Foto: Arquivo Atos)
Uma das várias operações da Polícia Militar, na tentativa de reduzir a ação da criminalidade na região (Foto: Arquivo Atos)

Rafaela Lourenço
Região

Apesar do déficit de policiais civis e militares, cidades do Vale do Paraíba registraram redução nos índices de criminalidade. De acordo com os dados da secretaria de Segurança Pública do Estado, até novembro, Lorena e Pindamonhangaba se destacaram com a diminuição no número de homicídios enquanto Guaratinguetá e Cruzeiro apresentaram um aumento nos assassinatos e roubos.

Mesmo com um índice menor, os dados divulgados mantém a preocupação com a criminalidade na região, considerada a mais violenta do interior do estado.

No levantamento, até novembro, Pindamonhangaba aparece com 19 homicídios, dez a menos do que o registrado no ano passado. Os roubos também tiveram baixa, mas menos acentuada, 685 contra 696.

Ao lado de Pinda, segue Lorena com dados positivos em relação a 2016. Foram 23 homicídios, três assassinatos a menos do que o mesmo período do ano anterior. Já os roubos tiveram uma redução mais significante, foram 445 contra 619. Apesar da redução, os números ainda são alarmantes se levado em consideração a proporcionalidade de habitantes.

Segundo o coordenador operacional do 23º Batalhão da Polícia Militar do Interior, major José Ronaldo Andrade, a corporação faz uma análise dos indicadores, e em reuniões periódicas, mensais ou até mesmo semanais junto à direção do CPI 1 Comando de Policiamento do Interior), que fica em São José dos Campos, é feito um estudo e verificadas se as áreas estão sofrendo impactos e quais medidas deverão ser tomadas, como “a criação de videomonitoramento, uma série de ações com o uso de tecnologias e a junção de esforços com os governos municipais, já que a criação das guardas civis também contribuem conosco”, exemplificou Andrade.

O major frisou ainda que não adianta pensar apenas em prender, e sim investir na educação e no planejamento das cidades. A média de prisões realizadas pela Polícia Militar, no Estado gira em torno de cem mil mensalmente. “Se pegarmos que cada presídio cabe cerca de quinhentos pessoas, imagina quantos presídios não deveriam estar sendo construídos. É preocupante, tem que ter um trabalho de educação com as famílias, isso é o primordial, os princípios éticos e morais”.

Na contramão do levantamento do Estado aparecem Guaratinguetá e Cruzeiro, que até novembro registraram dados negativos. A primeira cidade teve um homicídio a mais que em 2016, sendo 19 casos, mas os números de roubos tiveram uma crescente, com 445 contra 347 no mesmo período do ano passado.

Apesar dos casos de homicídio em Cruzeiro terem apresentado um aumento de 6 para 11, a cidade reduziu o número de roubos. Foram 208 neste ano, 63 vítimas a menos do que ano passado.

Efetivo – Dos 31.957 novos policiais contratados pelo governo estadual entre os anos de 2011 e 2017, apenas 598, o equivalente a 1,8% do reforço total, foram enviados à região. Em dezembro, o 23º Batalhão da Polícia Militar recebeu oito novos homens para compor o efetivo de cerca de 560 policiais, que possui uma defasagem de 5%.

Major Ronaldo confirmou o déficit, mas garantiu que o Comando está remanejando policiais na medida que vão se formando novos PMs e assim atendendo todos os batalhões.

No início de novembro, o Jornal Atos publicou uma matéria mostrando as dificuldades da Polícia Civil com a baixa no efetivo e um déficit de 12.705 cargos. Para o chefe do setor de investigação do 2º DP (Departamento de Polícia) de Lorena, o investigador Alfredo Pereira, faltam investigadores, escrivãos e delegados. “É uma situação muito difícil, por outro lado temos que dar a solução para a população, e é o que estamos fazendo. Temos cerca e 80% de esclarecimentos, um índice muito alto no Estado e Brasil. Mas os policiais civis e militares estão trabalhando no limite”, frisou.

O governo do Estado abriu dois concursos públicos que disponibilizarão 5,4 mil vagas para soldado de segunda classe da Polícia Militar. A Polícia Civil deve lançar um edital para 2.750 vagas ainda este mês.

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