Com impasse das verbas, Celão propõe Carnaval fora de época

 Escolas de samba aguardam definição da Prefeitura sobre aporte de R$ 300 mil prometido em junho

A polêmica sobre a realização do Carnaval em Guaratinguetá deve ser definida nesta semana. Enquanto as escolas de samba aguardam uma decisão do prefeito Francisco Carlos Moreira (PSDB) sobre o prometido aporte de R$ 50 mil a cada agremiação, o presidente da Câmara, Marcelo Coutinho, o Celão (PSD) pretende levar uma nova proposta, na tentativa de impedir mais um ano sem o desfile na Getúlio Vargas.

O Carnaval de 2016 não é o primeiro ameaçado na gestão de Francisco Carlos. Neste mandato, o prefeito não conseguiu realizar a festa em 2013 e implantou uma organização mais enxuta neste ano, com o “Carnaval Comunitário”, sem os desfiles das seis escolas de samba na avenida, o que não agradou os foliões.

Em junho deste ano, a Prefeitura chegou a anunciar que a festa já estaria assegurada, com o repasse das verbas às escolas, o que levaria a um investimento de R$ 300 mil.

Com o anuncio, a Oesg (Organização das Escolas de Samba de Guaratinguetá) apresentou os sambas enredos e, também, o sorteio da ordem dos desfiles da Acadêmicos do Campo do Galvão, Beira Rio, Bonecos Cobiçados, Embaixada do Morro, Mocidade Alegre e Tamandaré. A última, já teria investido cerca de R$ 40 mil na preparação e estaria com 40% dos trabalhos completos.

Mas um apontamento da justiça barrou o repasse. “O Tribunal de Contas mostrou que há um apartado de processos de 2012 e determinou que a Prefeitura não encaminhasse como subvenção. Cabe à Prefeitura buscar o formato para fazer o repasse de R$ 50 mil”, contou Celão, que aguarda um parecer do Executivo. “Esperamos uma saída até este dia 3. Se não houver algo de fato, vamos convocar os secretários para cobrar esclarecimentos sobre as verbas”.

A intenção da Câmara é ouvir os secretários de Turismo, Célio Leite, e de Justiça e Cidadania, Mariano Garcia Rodriguez. A Prefeitura marcou para a próxima terça-feira uma coletiva para o anuncio da decisão sobre o repasse.

Enquanto a resposta da Prefeitura não vem, o vereador, ligado ao Carnaval pelo trabalho com a Unidos da Tamandaré, apresentou uma proposta, ainda não oficial para que a cidade não fique mais uma vez sem os desfiles.

A ideia de Celão é adiar a festa de Momo na cidade. “Poderíamos fazer o Carnaval cerca de quarenta dias após o evento nas outras cidades. Um Carnaval fora de hora. Com isso, a alegação dos prazos estaria resolvida, já que o prefeito poderia fazer o repasse no dia 1 de janeiro e as escolas teriam mais tempo”, explicou.

De acordo com o parlamentar, a medida reduziria os gastos com a festa, já que o material utilizado “sairia mais barato”. “Fora que não dividiríamos os dias com grandes carnavais como do Rio e de São Paulo. Teríamos mais pessoas na cidade”.

A proposta já foi apresentada e aprovada por duas das seis escolas de samba de Guará e deve chegar às quatro restantes, em busca de apoio para pressionar o prefeito a confirmar o repasse.

Gastos – De acordo com a Oesg, as agremiações devem esperar o anúncio para decidir o que fazer para garantir o Carnaval. “A Prefeitura não pode conceder subvenção. Apresentamos uma lei de convênio de 2014, mas não aprovaram porque só pode ser usada em janeiro, quando entra o prazo da lei federal. O problema é o tempo, porque as escolas teriam um curto prazo para se prepararem”, lembrou o presidente da organização, Distéfano Bastos.

Ele lembrou que já foram feitos contas e contratos na preparação do desfile. “As escolas têm contas com costureiros, serralheiros, artistas e compositores. Isso tem que ser pago. O Carnaval nas escolas já é certo. Agora se haverá ou não o desfile, é por conta da Prefeitura”.

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