Celão acusa Francisco Carlos de omissão no atendimento às famílias afetadas pela chuva

Vereador pede trabalho de prevenção em áreas de risco, enquanto prefeito cobra responsabilidade aos moradores

Funcionários do Saeg trabalham na limpeza da rua Inglês de Souza, Jardim Tamandaré, após ‘estresse’ do presidente da Câmara com prefeito (Assessoria PM)
Funcionários do Saeg trabalham na limpeza da rua Inglês de Souza, Jardim Tamandaré, após ‘estresse’ do presidente da Câmara com prefeito (Assessoria PM)

Da Redação
Guaratinguetá

“Os prejuízos com a chuva poderiam ser bem menores para os moradores de Guaratinguetá se a cidade tivesse recebido atenção às áreas de risco”. A afirmação é do presidente da Câmara de Guaratinguetá, Marcelo Coutinho, o Celão (PSD), que voltou a acusar a Prefeitura por omissão no trabalho de prevenção e no atendimento às famílias afetadas.
Os dias de chuvas deixaram vários estragos na região, mas na Terra de Frei Galvão eles causaram prejuízo também na política. O prefeito Francisco Carlos Moreira (PSDB) virou alvo de críticas do vereador, que percorreu os bairros mais prejudicados pela chuva na última semana.
Segundo Celão, foram vários pontos de alagamentos e enchentes que causaram transtornos em bairros como Pingo de Ouro, Jardim do Vale 2 e Jardim Tamandaré, onde a enchente do ribeirão dos Motas, que corta todo o bairro, inclusive a rua Inglês de Souza, com cerca de trezentas casas, obrigou vários moradores a lutar contra a água para salvar móveis e outros pertences.
O vereador cobrou as equipes da administração municipal pela falta de apoio. “Infelizmente não tivemos apoio por parte da Defesa Civil, secretaria de Obras, Serviços Urbanos ou Saeg (Serviço de Água e Esgoto de Guaratinguetá)”, criticou Celão. “Fizemos, junto aos moradores, um trabalho para evitarmos maiores perdas, levantando ou retirando móveis para que essas famílias não perdessem tudo, até porque sabemos das dificuldades que eles tiveram para construir e comprar tudo”
O parlamentar acredita que houve uma falta de planejamento preventivo na cidade. Ele destacou que a Câmara já enviou uma série de requerimentos cobrando ações de prevenção. “Cobramos muito durante o último ano trabalhos como o desassoreamento de ribeirões da cidade, limpeza e manutenção de bocas de lobos, galerias e valetas, mas nada disso aconteceu. Em 2013 também passamos por situações parecidas nestes bairros mais carentes, que não contam com essa atenção por parte da administração pública”, lembrou.
Além do que chamou de descaso com a população, o chefe do Legislativo criticou ainda o discurso de membros do Executivo ao analisarem os problemas com as chuvas. “O que surpreende é que nada foi feito. Escutei membros da administração pública dizendo na imprensa que tudo isso aconteceu devido às fortes chuvas, já que choveu mais de três vezes do esperado, e que mesmo que a Prefeitura tivesse feito os trabalhos de prevenção, tudo isso aconteceria da mesma forma”, atacou Celão. “Então o que temos que fazer? Torcer pra não chover? É nesta cidade que moramos? Valorizam tanto a questão de Estância Turística que ela ficou debaixo d’água. Infelizmente pessoas que deveriam estar lá molhando o pé, ajudando as pessoas, ficam em suas casas, enquanto essas famílias sofrem com o descaso e desrespeito”.
A falta de atenção deve ser um dos primeiros temas debatidos na Câmara em 2016, a partir de fevereiro. O presidente da Casa prometeu ainda intensificar a fiscalização quanto à entrega dos condomínios residenciais na cidade, como o Flamboyant, do programa federal Minha Casa Minha Vida, que contará com duzentas moradias, além da cobrança quanto à transparência e investigação no contrato com a CAB Ambiental, empresa contratada para o serviço de água e esgoto em Guará. “Tivemos vários moradores questionando a situação do esgoto, que retornou nestes mesmos bairros afetados pelas chuvas. Salta aos olhos uma empresa que acaba de receber um aditivo de R$ 27 milhões, mas que não vem executando o que foi estabelecido no contrato”.
São Pedro – Cobrada, a Prefeitura garantiu que fez o atendimento à população dentro do previsto, com trabalho das equipes de Defesa Civil e das secretarias de Obras, Serviços Urbanos e Assistência Social.
A administração ressaltou que o volume de chuva foi três vezes maior do que o previsto, o que tornou inevitável que as cinco regiões da cidade fossem afetadas por alagamentos causados por transbordamento de rios e córregos.
O prefeito disse que a Defesa Civil já fez todo o levantamento necessário, passou para as secretarias, que estão fazendo o trabalho de prevenção e limpeza de valetas. “O que não pode é o povo jogar lixo. Se jogar lixo em boca de lobo, valeta, rios, córregos, ele vai voltar mesmo. É a reação da natureza. Já estamos preparados. Agora, se acontecer algum fato aí, é sem culpa. Porque a gente tem procurado combater”.

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