Câmara cobra respostas sobre remanejamento de R$ 800 mil em placas

Proposta encaminhada pela Prefeitura de Guaratinguetá redireciona verba para compra de sinalização de trânsito

Placas no Centro de Guaratinguetá; investimento foi questionado por vereadores na Câmara da cidade (Foto: Leandro Oliveira)
Placas no Centro de Guaratinguetá; investimento foi questionado por vereadores na Câmara da cidade (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

O remanejamento de R$ 800 mil para compra de placas de sinalização de trânsito para Guaratinguetá chamou a atenção de alguns vereadores da cidade. A Câmara ficou rachada com o pedido da Prefeitura para que o requerimento fosse votado em regime de urgência e após empate no plenário, o presidente da Casa, Marcelo Coutinho, o Celão (PSD), desempatou contrário à solicitação.

A matéria provocou um grande debate no plenário entre os vereadores favoráveis ao regime de urgência e aos que eram contra. Na votação nominal pelo regime, Vantuir Faria (PSDB), Marcelo Meirelles (PSDB), Padre Reginaldo (PR), Luizão (PR) e Galvão César “Frango” (DEM) votaram sim. Orville Teixeira (PV), Régis Yasumura (PTB), Marcus Soliva (PSB), João Pita (PSB) e Márcio Almeida (PPS) se posicionaram contrários.

“A Câmara não é contra a aprovação de um projeto se tratando de sinalização de trânsito. O que nós estamos questionando é o valor de R$ 800 mil. É muito alto. Eu fiz um levantamento durante a semana e constatei que os valores dessas placas de sinalização variam entre R$ 100 a R$ 300 cada uma. Por tanto, se estipularmos um preço médio de R$ 150, estaríamos falando de cinco mil placas, dentro desses R$ 800 mil”, explicou Celão.

De acordo com o parlamentar, o requerimento foi questionado na Comissão de Finanças da Câmara e até o momento não houve respostas do Executivo. Somente após as dúvidas serem sanadas e quando houver entendimento dos vereadores sobre o remanejamento, a Casa votará a proposta. “Nós queremos todas as informações referentes aos R$ 800 mil e o que será adquirido. Se as respostas chegarem e forem convincentes, a Câmara colocará o projeto em votação”, detalhou Celão.

A favor – Vantuir Faria usou a tribuna para defender o pedido de urgência do remanejamento e a compra de novas placas de sinalização para a cidade. De acordo com o tucano, não há nada de anormal no valor pedido pelo Executivo e no custo da manutenção. “Nós sabemos da importância de Guaratinguetá trocar sua sinalização desde a entrada da cidade até os pontos turísticos e melhorar a visibilidade das placas para que possamos acolher bem nossos turistas. Esse projeto de lei, que visa um remanejamento de R$ 800 mil para aplicar na sinalização turística de Guaratinguetá, é um projeto normal como tantos outros de remanejamento que passaram por essa casa”.

Padre Reginaldo foi outro vereador que defendeu o pedido. O parlamentar contou que é comum ouvir reclamações sobre falta de sinalização de pontos turísticos da cidade, como o Santuário de Frei Galvão, e rebateu algumas questões levantadas pela Comissão de Finanças. “É importante perguntarmos onde seria gasta a verba, mas o prefeito já teve a delicadeza de responder. Agora, querer saber quantas placas irão comprar, quais os tamanhos e em quais lugares serão instaladas, já acho que é abusar demais de querer informação”.

Contra – O presidente da Comissão de Finanças da Câmara, Marcus Soliva (PSB) garantiu que não é contra uma sinalização. “Esse pedido requer uma explicação mais detalhada. Nós somos agentes fiscais do cidadão e temos por obrigação legal cobrar do Poder Público essa transparência. Somos a favor de uma boa sinalização e sabemos que isso realmente está em falta, mas R$ 800 mil é um valor alto para podermos dizer que seja investimento com placas. Se foi pedido esse valor, significa que já existe um orçamento prévio de valores, tamanhos, quantidades e formatos”.

O projeto continua tramitando pelas comissões da Câmara enquanto o Executivo não encaminha uma resposta aos vereadores. O presidente da Casa confirmou que a proposta entrará em votação quando todos os vereadores tiverem “pleno entendimento do destino da verba”.

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