Biblioteca de Guará vira abrigo para moradores de rua

Funcionários e usuários do prédio reclamam de sujeira e mau cheiro que encontram diariamente no local

Funcionária municipal dribla acampamento dos ‘inquilinos’ para abrir a Biblioteca para mais um dia de atividades (Carlos Pimentel)
Funcionária municipal dribla acampamento dos ‘inquilinos’ para abrir a Biblioteca para mais um dia de atividades (Carlos Pimentel)

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

Estudantes, pesquisadores, vizinhos e funcionários Biblioteca Municipal Dr. Diomar Pereira da Rocha, em Guaratinguetá, reclamam da presença de moradores de rua que tem utilizado a entrada do prédio no período noturno e aos finais de semana. A sujeira é o principal problema de quem cobra uma solução da Prefeitura.
Os desabrigados se utilizam do fácil acesso ao prédio, que conta apenas com pequenos portões e um muro baixo. Quando a Biblioteca abre, às 7h, eles são obrigados a deixarem o local, mas somente depois de pedidos dos funcionários, que não escondem a insatisfação devido ao acúmulo de sujeira, com restos de alimento, papelão e lixo espalhado na área de circulação dos usuários, além do mau cheiro (os jardins são utilizados como banheiro).
Um dos funcionários, que pediu para não ser identificado, afirmou que todos os dias, pela manhã, é preciso acordá-los para que deixem o local e fazer uma grande limpeza na entrada da Biblioteca, que fica imunda. “É preciso chegar e já limpar, caso contrário não tem como as pessoas entrarem aqui em virtude do mau cheiro e sujeira. É triste esta situação, porque até entendo que eles não têm para onde ir e utilizam o local para se abrigarem, mas fica insustentável esta situação”.
O morador do Centro, Joviniano Brandão, afirmou que ninguém toma conta do prédio e que há muito tempo dois moradores de rua começaram a dormir na marquise da Biblioteca. “Algumas semanas depois o número de pessoas aumentou, agora, creio que tem apenas dois ‘morando’ na Biblioteca. Como nada foi feito para encaminhá-los, o local virou uma bagunça completa”, criticou. “Eles consomem muito álcool e brigam entre si com frequência. A vizinhança não aguenta mais conviver com isso”.
Jonas César vai frequentemente à Biblioteca. Para ele, o problema tem que ser resolvido com políticas públicas para encaminhamento dessas pessoas e um tipo de grade deve ser colocado no local para evitar problemas com moradores de rua. “É preciso que seja feita uma ação social com estas pessoas, que são seres humanos e precisam de um carinho, além do que se tirá-los daqui, vão parar em outro lugar. Também é preciso zelar pelo prédio, pois hoje são dois moradores de rua, e com a facilidade para acessar o local, aproveitadores podem usufruir disto e roubar pertences da biblioteca”.
A reportagem do Jornal Atos tentou entrar em contato com a Prefeitura de Guaratinguetá, mas até o fechamento desta edição não obteve respostas.

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