Basf prepara demissão de 61 funcionários da fábrica em Guará

Sindicato da categoria tenta reverter decisão; empresa garante que cortes fazem parte de um pacote em toda a América do Sul

Entrada principal de funcionários na unidade da Basf, em Guará; empresa deve dispensar 61 até dezembro (Carlos Pimentel)
Entrada principal de funcionários na unidade da Basf, em Guará; empresa deve dispensar 61 até dezembro (Carlos Pimentel)

Carlos Pimentel
Guaratinguetá

A empresa química Basf pretende demitir 61 trabalhadores em Guaratinguetá até o final do ano, segundo o Sindicato dos Químicos da cidade. Os cortes fazem parte de pacote de 194 demissões na América do Sul, sendo 165 no Brasil.
Dos 165 trabalhadores que serão demitidos, 57% são da área administrativa, e desta porcentagem, 53% ocupam cargos de liderança. Em Guaratinguetá serão afetadas diferentes plantas e vários níveis de hierarquia.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Químicos de Guaratinguetá, Rozendo Moreno Neto, a empresa afirmou que está otimizando a estrutura para manter a competitividade e sustentabilidade do negócio. “Fomos surpreendidos na semana passada com a informação da Basf de que vai fazer uma reestruturação na América do Sul. Em Guaratinguetá a previsão é que 61 funcionários sejam demitidos até dezembro”, comentou.
Rozendo assegurou que o Sindicato repudia a forma que a empresa está conduzindo o processo de demissões e que a Basf não agiu com transparência com as representações sindicais. “A empresa poderia ter-se reunido com o Sindicato, pois temos outras formas de lidar com demissões e reestruturações, seja por meio de PDV (Plano de Demissão Voluntária), banco de horas e outras alternativas. A Basf alega que é uma decisão global, o que questionamos, pois estive na Alemanha, e processos desta magnitude não são tratados como foram aqui no Brasil”.
O Sindicato pretende se reunir novamente com a empresa para tentar reverter o quadro de demissões que será feito na Basf de Guaratinguetá. “Lamento muito estas demissões, mas temos o compromisso firmado com a empresa de conversar novamente, pois independente de ser uma decisão global, sabemos que algumas plantas estão com problemas de demissão, mas este não é o caminho a ser seguido, pois traz um problema social. Iremos lutar para reverter estas demissões até o final do ano”, destacou o presidente do Sindicato.
Segundo dados divulgados na última terça-feira pelo Seade (pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), a indústria teve retração de 11% no período entre 2010 e 2015 no Vale do Paraíba. O setor foi o principal responsável pelo PIB (Produto Interno Bruto) negativo de 1,3% da região nos últimos seis anos. Desde o último trimestre de 2013, o Vale não registra crescimento no índice. A queda começou no primeiro trimestre de 2014 (-0,5%) e chegou ao pior ponto no segundo trimestre de 2015 (-6,5%). Depois disso, houve uma pequena evolução nos dois últimos trimestres do ano passado, mas ainda assim com retração.
A empresa garantiu que os cortes fazem parte de um pacote de demissões em toda a América do Sul e de uma reestruturação para manter a competitividade e sustentabilidade do negócio.

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