Advogado afirma que mulher que deixou feto em lixeira não sabia que estava grávida

Aborto espontâneo teria acontecido após passar mal por dois dias; feto deixado no Campo do Galvão

Equipe de perícia faz primeiras avaliações no feto encontrado no último dia 13 (Foto: Francisco Assis)
Equipe de perícia faz primeiras avaliações no feto encontrado no último dia 13 (Foto: Francisco Assis)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

O caso do feto encontrado em uma lixeira no bairro Campo do Galvão em Guaratinguetá no último dia 13, Dia dos Pais, ganhou novos capítulos durante a semana. O feto tinha quatro meses, segundo a perícia, e foi achado por uma catadora de lixo por volta das 11h. Na tarde da última terça-feira, a mulher que deixou o feto no lixo se entregou e prestou depoimento na Delegacia da Mulher.

O advogado, Lucas Penha, que faz a defesa da mulher, não revelou o nome de sua cliente, mas confirmou que ela tem 26 anos e não é natural de Guaratinguetá, mas mora na cidade. Ela teria passado mal no sábado e abortado de forma espontânea na manhã de domingo, quando sentiu contrações muito fortes.

Catadora Adriana Siqueira conta terror ao descobrir corpo em bolsa no Campo do Galvão (Foto: Francisco Assis)
Catadora Adriana Siqueira conta terror ao descobrir corpo em bolsa no Campo do Galvão (Foto: Francisco Assis)

Ainda segundo o depoimento, a mulher não sabia que estava grávida. Antes de deixar o feto na lixeira, ela teria embrulhado o corpo em várias sacolas plásticas e deixado em cima do guarda-roupa, no próprio quarto. “Ela disse que estava muito mal, passando mal, com cólicas, dores muito fortes e acabou expelindo o feto. Ela ficou desesperada, não soube o que fazer, não acionou nenhum serviço de emergência e deixou o feto em uma caçamba. Ela contou que o feto já estava sem vida”, explicou Penha.

A mulher não tinha nenhum relacionamento estável com nenhum parceiro e a gestação foi fruto de uma relação casual. O advogado reiterou que sua cliente não sabia da gravidez e negou que ela pudesse ter abortado por pressão do pai da criança. “Ninguém sabia da gravidez, nem ela e nem ele. Ela só soube quando expeliu o feto já sem vida”.

A mulher foi ouvida na Delegacia da Mulher e posteriormente passou por exames no Instituto Médico Legal de Guaratinguetá. “Ela está assustada, realmente não teve o dolo de matar a criança, ela não quis tirar a vida dessa criança. Ela passa por essa situação porque ela foi imprudente de não ter ao menos chamado a emergência”, ressaltou Penha.

Choque – A catadora de materiais recicláveis Adriana Mara Siqueira encontrou o feto em uma lixeira na rua Coronel Pires Barbosa. No primeiro momento ela não notou que dentro de uma das sacolas retiradas do lixo havia o corpo de um bebê.

Segundo Adriana, ela só foi se dar conta quando abriu as sacolas, na avenida Jucelino Kubitschek. “Quando eu abri e vi que tinha sangue, pensei que fosse uma língua de vaca. Até falei para o meu marido que tinha o almoço dele. Na hora que abri e vi os pezinhos e a cabeça, eu gritei”, contou chorando.

A catadora procurou por ajuda em um posto de combustíveis na avenida e acionou a Polícia Militar. A PM chegou imediatamente no local, ouviu o casal e solicitou a presença da perícia da Polícia Civil, que confirmou que o feto teria quatro meses.

O caso foi registrado na Delegacia da Mulher, e os resultados dos exames médicos feitos na jovem que abandonou o feto não tem previsão para serem divulgados.

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