Sem acordo, funcionários da Santa Casa de Cruzeiro entram em greve

Enquanto atendimento é prejudicado, sindicato cobra salários e benefícios atrasados

Lucas Barbosa
Cruzeiro

Com salários e benefícios atrasados, cerca de 120 funcionários da Santa Casa de Cruzeiro entraram em greve na manhã da última terça-feira. Devido à paralisação, a unidade está atendendo somente pacientes em estado grave.
Com poucos recursos e mergulhada em dívidas que ultrapassam R$ 22 milhões, a Santa Casa de Cruzeiro vive o período mais delicado de sua história.
Na manhã da última terça-feira, o sindicato da categoria confirmou que 120 funcionários da Santa Casa entraram em estado de greve. De acordo com o diretor do Sindicato dos Empregados dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Lorena e Região, Martinho dos Santos, a greve foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário, além do atraso de 15 dias no depósito do salário de dezembro.
O sindicato ressaltou ainda que a Santa Casa não honrou seus compromissos e deve o pagamento de férias, oito cestas básicas e Fundo de Garantia.
Na tarde da última segunda-feira os trabalhadores se reuniram com a direção do hospital para buscarem saídas que pudessem evitar a greve.
Segundo a administração da Santa Casa, foi oferecida a entrega da cesta básica de janeiro, parcelamento das demais cestas atrasadas, pagamento imediato das férias de dezembro, pagamento de 25% imediato do 13º em atraso e parcelamento do restante, mas os funcionários não aceitaram a proposta.
O Executivo aguarda uma contraproposta da categoria para iniciar uma nova negociação.
Atendimento – Devido a greve dos trabalhadores, a Santa Casa está atendendo somente pacientes em estado grave ou moderado. Segundo o sindicato, a paralisação conta com técnicos de enfermagem, recepcionistas, maqueiros e trabalhadores da área de limpeza. O sindicato ressaltou que apenas 50% do efetivo total não está atuando, pois foi organizada uma escala de revezamento para não deixar a população sem atendimento.
Os trabalhadores e representantes da Prefeitura devem se reunir até a próxima sexta-feira para iniciarem uma nova negociação.
A crise – Em setembro do ano passado o hospital chegou a interromper o atendimento no Pronto Socorro, alegando que a medida foi tomada devido à falta de repasse da Prefeitura. Já em novembro, os funcionários do hospital fizeram uma greve de 15 dias, cobrando o pagamento salarial dos médicos, que estavam há três meses sem receber. Na ocasião, a Prefeitura chegou a firmar um contrato emergencial com o Cadesp (Centro de Apoio ao Desenvolvimento da Saúde Pública), que seria responsável por gerir e realizar o atendimento na unidade por três meses, mediante um contrato de R$ 1,6 milhão por mês. Para a revolta de trabalhadores e da população, o contrato foi interrompido antes de o Cadesp completar um mês à frente do hospital, já que o Executivo alegou falta de verba.

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