Marciano é cassado por quebra de decoro em Cruzeiro

Vereador foi denunciado por excessos em convocação de testemunha; sessão termina com manifestação e intervenção da guarda municipal

Pivôs de audiência de cassação, relator da Comissão Processante, Charles Fernandes e o vereador cassado Marciano (Arquivo Atos)
Pivôs de audiência de cassação, relator da Comissão Processante, Charles Fernandes e o vereador cassado Marciano (Arquivo Atos)

Da Redação

Cruzeiro

Em uma das sessões mais polêmicas desta legislatura, o vereador Antonio Carlos Marciano (PTB) foi cassado por 7 votos a 3 por quebra de decoro parlamentar.

A decisão desta quarta-feira foi tomada depois de denúncia protocolada em agosto do ano passado pela empresária Patricia Baptistella, proprietária da Facic (Faculdades de Ciências Humanas de Cruzeiro), que acuso Marciano de se exceder dentro da instituição de ensino durante o exercício da função de legislador municipal.

Foram mais de cinco horas de trabalhos, com a leitura do relatório que continha os depoimentos colhidos ao longo da investigação e a defesa do acusado. O vereador ainda teve duas horas para defesa presencial.

Para que o vereador perdesse o mandato eram necessários 2/3 (dois terços) dos votos, ou seja, sete parlamentares.

Em voto aberto, a favor da cassação, se manifestaram os vereadores, Charles Eduardo Fernandes (PDT), Mário Roberto Notharangeli (PT), Antonio José Tavares (PTC), Juarez Juvêncio dos Santos (PSB), Marco Aurélio Siqueira da Rocha (PR), Thales Gabriel Fonseca (PC do B) e Diego Henrique Miranda (PSDB).

Miranda ressaltou que a Casa seguiu todos os parâmetros antes de decidirem pela cassação. “Seguimos o decreto muito claro e objetivo e de fácil interpretação. Obedecemos aos passos do decreto, demos direito a defesa. Mas diante do exposto pelos lados, concluímos que houve a quebra de decoro e não podemos permitir que a imagem da Câmara seja questionada pela conduta de políticos”.

Sergio Antônio dos Santos (PRB), Carlos Alberto Ribeiro (PR) e o próprio Marciano votam contra a cassação. “A minha decisão já havia sido tomada há muito tempo. Eu não estava comprometido com ninguém, mas me propus a votar em favor do vereador Marciano, até porque eu não voto a favor de cassação”, argumentou Sérgio Antônio.

O relatório entregue pela comissão composta pelos vereadores Mário Roberto Notharangeli (PT), Charles Eduardo Fernandes (PDT) e Carlos Alberto Ribeiro (PR) pediu a suspensão dos direitos políticos de Marciano, entendendo que diante das provas colhidas, houve um posicionamento excessivo do vereador durante os atos legislativos.

Entenda o caso – Em agosto do ano passado o vereador foi até a Faculdade para intimar o aluno José Roberto Pêgas, para que ele prestasse esclarecimentos em uma comissão criada pelo parlamentar para investigar possíveis atos de irregularidade na gestão do então prefeito Rafic Zake Simão (PMDB). De acordo com a denúncia, a abordagem ao aluno foi abusiva e além de gerar constrangimento, provocou tumulto na instituição de ensino.

Na época, o vereador ainda foi acusado de denegrir a imagem da instituição e da diretora da faculdade, Patrícia Baptistella, nas redes sociais. Ela fez boletim de ocorrência contra Marciano e em seguida ingressou com o pedido de abertura de investigação contra ele, acusando-o de quebra de decoro.

Leia mais: Marciano acusa Câmara de perseguição política

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