Depois de espera, Rafic assume, demite 150 e mantém críticas à Câmara

Ex-vice aguardava autorização para iniciar os trabalhos na Prefeitura; Saúde é a maior afetada por exonerações por contratos irregulares

Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

Quase uma semana depois da retirada de Ana Karin de Almeida (PRB) da Prefeitura, o ex-vice, Rafic Simão (PMDB) enfim assumiu o cargo como prefeito, na manhã da última terça-feira. Ele já iniciou as mudanças que havia prometido e garantiu que a demora por decisão foi má vontade e falta de orientação da Câmara.

Em seu primeiro dia reconduzido à chefia da cidade, o peemedebista passou a tarde decidindo os próximos passos para o breve tempo que lhe resta antes do fim desse mandato. O que já começou a ser feito foi o enxugamento da máquina pública. Até o momento, Cinquenta cargos comissionados foram exonerados. Outros 104 contratados temporários foram demitidos, todos estavam locados dentro da secretaria de Saúde do município.


A grande preocupação da população foi quanto ao atendimento nos Postos de Saúde e principalmente no Pronto Socorro. O Executivo garantiu que os serviços de saúde permanecerão funcionando normalmente com o remanejamento de funcionários municipais e que todos esses funcionários exonerados e demitidos terão seus direitos legais, que inclui o saldo do salário devidamente calculados na rescisão.


O político salientou que herdou a Prefeitura afundada em dívidas. Nesta quinta-feira, foram pagas a primeira parcela do 13 ° e o vale alimentação do mês de setembro. Ainda restam as dívidas dos depósitos de empréstimos consignados e mais dois vales alimentação. Já na próxima semana, vence a data do pagamento dos salários dos servidores. Há também acúmulo de horas extras que não remuneradas desde julho.


Para enfrentar todas essas despesas, Rafic afirmou que deve paralisar todas atividades que possam trazer qualquer tipo de gasto e manterá apenas os serviços essenciais, como coleta de lixo, limpeza pública e o atendimento na área da saúde.


Entre as medidas, decretos deverão ser feitos, suspendendo o pagamento com fornecedores por 15 dias e para uma prévia auditoria do que está sendo pago. A denúncia do ex-vice é de “contratos irregulares, mal licitados e que não condizem com o interesse do município no momento”.


Ainda na terça-feira, o atual prefeito se reuniu com os representantes da secretaria da Saúde, como a nova secretária
da pasta, Ana Inês Chaves, que ocupou o cargo por sete meses no governo Ana Karin e agora volta ao cargo, em estratégia que tenta adiantar os trabalhos de secretários que devem compor a equipe do prefeito eleito Thales Gabriel Fonseca (SD) a partir de janeiro.


O retorno – Na última semana, o Tribunal de Justiça acatou o recurso requerido pelo então vice-prefeito Rafic, e retirou Ana Karin da chefia da cidade, pela terceira vez. A decisão deixa claro que o decreto legislativo ocorrido em 2014, que cassou o mandato da titular do cargo, é válido. Em 2015, ela teria conseguido reverter apenas um dos dois processos que respondia. Tratam-se da falta de respostas a requerimentos do Legislativo e da acusação por contratação irregular de uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público).


Para a retomada definitiva de Simão ao cargo de prefeito, a Câmara, representada pelo presidente da casa, Diego Miranda, deveria assinar a autorização. Diante da demora, Rafic acusava Diego de má vontade, que por sua vez, alegava que a responsabilidade não era dele, enquanto a decisão não fosse publicada no Diário Oficial. Toda formalidade foi cumprida ainda na última segunda-feira.

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