Decisão judicial devolve cargo a Marciano, em Cruzeiro

Vereador retorna à Câmara duas semanas após ser cassado, e acusa Thales Gabriel de perseguição

Marciano retorna ao exercício do mandato e abre fogo contra Thales (Arquivo Atos)
Marciano retorna ao exercício do mandato e abre fogo contra Thales (Arquivo Atos)

Leandro Oliveira
Francisco Assis
Cruzeiro

O vereador Antônio Carlos Marciano (PTB) está de volta à Câmara de Cruzeiro, duas semanas após ser cassado. Afastado por quebra de decoro parlamentar, ele voltou a falar em perseguição e não mudou o tom ao comentar o cenário político de Cruzeiro.
Afastado no último dia 6, Marciano conseguiu derrubar a decisão por meio de uma liminar concedida pelo juiz da 3ª Vara de Cruzeiro, Daniel Otero.
A documentação ainda não havia sido entregue ao presidente da Câmara, Diego Miranda (PSDB), até o fechamento desta edição.
Quem ocuparia a cadeira de Marciano seria o suplente Marcelo Benedito de Araújo, o Marcelinho do Saae (PTB). Ele tomou posse no último dia 13, após ser confirmado pela Justiça Eleitoral, mas não chegou nem mesmo a fazer seu juramento de posse, que aconteceria somente no dia 1º de fevereiro.
Poucas horas depois de saber da decisão judicial, Marciano afirmou, durante evento na Facic (Faculdades de Ciências Humanas de Cruzeiro), que não irá mudar a postura dentro da política cruzeirense. O vereador atribuiu seu afastamento às perseguições políticas. “Tudo isso não passou apenas de uma perseguição dentro da própria Câmara. Na realidade, foi um ato que não aconteceu, onde eu não devia. Por isso, durante todo esse processo, tive toda a tranquilidade”, contou.
Essa não é a primeira vez que o vereador afirma estar sofrendo perseguição no Legislativo. Após a aprovação do relatório com a investigação sobre sua conduta durante trabalhos de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) na cidade, ele disse que os trabalhos apresentados para a comissão processante apresentaram dúvidas, irregularidades e até contradições nos depoimentos.
“Eu vou continuar mantendo a mesma postura. Irei denunciar o que tiver de errado. Não tenho medo de cassação nem de perseguição, e agora eu venho ainda mais forte, pois sei do apoio que tenho por parte da população”.
Questionado sobre quem estaria fazendo perseguições políticas dentro da Câmara, o parlamentar não hesitou: “Na realidade deu para observar nitidamente, principalmente por parte do vereador Thales Gabriel Fonseca (PCdoB), já que eu denunciei ele pela contratação da iluminação natalina. É um processo que corre no Ministério Público, e a Câmara Municipal agiu com dois pesos e duas medidas”, atacou.
A reportagem do Jornal Atos tentou contato com Thales Gabriel, mas não o encontrou até o fechamento desta edição.
Entenda o caso – Em agosto do ano passado Marciano foi até a Facic para intimar o aluno José Roberto Pêgas, para que ele prestasse esclarecimentos em uma comissão criada pelo parlamentar para investigar possíveis atos de irregularidade na gestão do então prefeito Rafic Zake Simão (PMDB). De acordo com a denúncia, a abordagem ao aluno foi abusiva, e além de gerar constrangimento, provocou tumulto na instituição de ensino.
Na época, o vereador ainda foi acusado de denegrir a imagem da instituição e da diretora da faculdade, Patrícia Baptistella, nas redes sociais. Ela fez boletim de ocorrência contra Marciano e em seguida ingressou com o pedido de abertura de investigação contra ele, acusando-o de quebra de decoro.

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