Com série de reclamações nas ruas, vereador não descarta revogação da taxa de iluminação em Cruzeiro

Prefeitura ainda estuda licitação para contratar empresa; moradores pagam tarifa de serviço

Conta de energia elétrica em Cruzeiro, onde tarifa, cobrada há mais de um ano, é cobrada na Câmara (Foto: Andreah Martins)
Conta de energia elétrica em Cruzeiro, onde tarifa, cobrada há mais de um ano, é questionada na Câmara (Foto: Andreah Martins)

Andreah Martins
Rafael Rodrigues
Cruzeiro

Um dos gargalos de Cruzeiro, a manutenção da iluminação pública nas ruas, tem sido uma constante cobrança dos moradores, que inclusive tem afetado diretamente os vereadores. A Câmara tem sido questionada sobre as medidas que devem ser tomadas para pressionar a Prefeitura para que o serviço seja feito, uma vez que há mais de um ano, é cobrada a taxa de iluminação.

Apesar de fazer parte do bloco governista em Cruzeiro, o vereador Sandro Felipe (SD) levantou o assunto durante a última sessão de Câmara, afirmando que existe uma pressão por parte da população e que são necessárias providências o mais rápido possível.

Ele disse ainda que conhece e acompanha de perto todo esse processo, desde antes de assumir o cargo. “Sabemos que tinha uma empresa que fazia essa manutenção, mas por falta de pagamento acabou deixando o serviço. Precisamos fazer valer a lei, porque se o povo está pagando tem que receber o serviço”.

Segundo ele, apesar das dificuldades, a Prefeitura tem tentado realizar o serviço, mas sem estrutura e mão-de-obra, não tem feito um bom trabalho. “A prefeitura tem feito a troca com muita deficiência. Segundo o prefeito a cidade não tem dinheiro, e isso tem dificultado o trabalho”.

Mesmo com as criticas, Felipe garantiu que o atual prefeito Thales Gabriel (SD) se comprometeu a contratar por licitação, uma empresa para realizar o serviço com mais qualidade. “Ele (prefeito) nos prometeu que em um espaço de dois meses colocará a empresa para fazer a manutenção. Me garantiu que na próxima semana irá nos comunicar sobre a abertura da licitação”.

O parlamentar disse que um dos motivos alegados pela administração pública para que até agora, com praticamente dois meses de governo, não tenha sequer sido aberta a licitação, é que o prefeito pediu tempo para analisar os valores que são arrecadados, que segundo ele, gira em torno de R$ 160 mil mensais.

Sandro Felipe garantiu que se isso não acontecer no prazo estabelecido pela Prefeitura, a Câmara poderá revogar a lei que cobra a taxa de iluminação. “Eu acredito que com esses valores poderemos fazer esse serviço, o que não pode acontecer é o povo pagar e não ter o beneficio. Ou fazemos isso funcionar ou vamos revogar essa lei, como foi feito em outros municípios, como em Jacareí”.

No escuro – Uma das principais reclamações quanto à falta de iluminação está no Itagaçaba. Moradores relatam preocupação com a segurança durante a noite.

A enfermeira Cibele Coutinho, que tem família morando no bairro, contou o medo em ir visitar parentes, com a escuridão. “Semana passada estava na casa da minha mãe a noite e deu medo, porque estava muito escuro e como a Prefeitura não limpa a rua, o mato tomou conta de tudo”.

A ex-moradora relatou ainda indignação pela diferença de tratamento da empresa responsável pela iluminação da cidade. “O que mais me revoltou foi no domingo, durante a chuva, a madeira que sustenta os cabos de alta tensão aqui na rua da minha casa (Centro) estava podre e partiu, fazendo com que os fios ficassem caídos. Em menos de meia hora debaixo de chuva, a EDP estava aqui fazendo o conserto. Aqui é visível, mas lá é só os moradores”.

A queixa de que a rua principal, avenida Luiz Bittencourt, é a única com todos os postes iluminados é comprovada por outros moradores.

Em outro ponto do Itagaçaba, o Vista Alegre, o morador e líder da comunidade, Anderson Ferrer, contou a tentativa frustrada em solucionar o problema recorrendo ao Poder Legislativo. “Ano passado chegamos a fazer uma audiência pública que deu em nada. Só promessa”.

Ferrer contou que convive com a escuridão e a violência bem de perto. “Onde moro, aqui no Vista Alegre, o último poste fica a uns vinte metros da minha casa. Os comerciantes locais vivem sendo assaltados e todos os moradores tem receio em andar a noite”, completou.

Cibele também relatou a presença da violência e drogas no bairro. “Tanto assaltos quanto os usuários de drogas se aproveitam da falta de luz e do mato alto. Em frente à casa da minha mãe tem casas. O mato está tão alto que não se enxerga a vista da cidade. Algumas partes foram limpas pelos próprios moradores”.

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