Câmara barra pedido de Paulo Vieira por aumento de mototaxistas em Cruzeiro

Decisão revolta autor de projeto, que pedia cinquenta vagas para o serviço na cidade; vereadores trocam acusações sobre atenção a propostas para mobilidade urbana e geração de empregos

Paulo Vieira, autor da proposta, acabou derrotado na última sessão (Foto: Rafael Rodrigues)
Paulo Vieira, autor da proposta, acabou derrotado na última sessão (Foto: Rafael Rodrigues)
Rafael Rodrigues
Cruzeiro
Os vereadores de Cruzeiro reprovaram por 7 votos a 2 o projeto de autoria de Paulo Vieira (PR) que sugeria o aumento de 16 para 50 no número de vagas para regularizar o serviço de transporte individual por meio de motocicleta, os mototaxistas. A proposta previa ainda um tempo de até quatro anos para que os motociclistas se adequassem às exigências.

A harmonia que pairava na Câmara de Cruzeiro ficou estremecida depois da última sessão. Mais votado da última eleição, Vieira entendeu a reprovação de um de seus projetos como uma “declaração de guerra”. O autor da matéria se recusou a gravar entrevista, alegando que só se manifestaria após consultar o Ministério Público, mas pouco antes da votação da matéria em plenário o parlamentar justificou a necessidade de aprovação alegando que Cruzeiro tem sofrido com a falta de empregos.

“Nós vivemos em Cruzeiro um período muito difícil de desemprego. São poucas as famílias que não têm pelo menos um desempregado em casa. A mensagem que eu levo aos colegas vereadores é que temos que combater a pobreza”, justificou em plenário.

Ele disse ainda que o período de quatro anos de adequação não significa que os profissionais iriam circular com motocicletas sem condições, mas sim, seria um tempo necessário para o financiamento de um veículo a quem necessitasse. A princípio, o número de vagas sugerido por Vieira era ainda maior, mas ele resolveu deixar em cinquenta. “A questão de aumento de vagas foi muito debatido pelos vereadores. Eu me ‘curvei’ pelas cinquenta vagas, afastando-me da minha ideia inicial”.

Contrários – Um dos votos contrários foi de Sandro Felipe (SD). Durante a sessão, ele alegou que não há qualquer ataque pessoal, mas que após discutir em audiências públicas, chegaram à conclusão que as atuais 16 vagas para mototaxistas na cidade atendem à demanda da população.
Ao justificar seu voto, Felipe causou polêmica ao relatar que uma das razões pelas quais seria contrário a medida, seria o possível reajuste na tarifa do transporte público. “Hoje, não posso votar contra a empresa de ônibus, que gera emprego, e também contra os taxistas. Não é aumentando o número de vagas de mototaxistas que vamos resolver essa situação. Temos que ter muita responsabilidade, até porque recebemos a informação da empresa de ônibus que opera na cidade, que se aprovarmos essa matéria, vão ter que subir o preço da passagem”, afirmou em plenário.

Mesmo fazendo parte da mesma bancada que Vieira, o vereador Sergio Blois (PR) também foi contrário. Ele disse que mudou de ideia após uma análise mais profunda. “Me preocupo muito com relação a geração de empregos, mas acabei me lembrando que fizemos nove audiências públicas sobre todo sistema, chegando à conclusão que o número ideal de termos 16 vagas”.

Revolta – Após o anúncio da reprovação do projeto, o vereador Paulo Vieira se revoltou com o resultado, inclusive atacando demais sistemas de transporte da cidade.

Vieira chegou a afirmar que existe fraude na concessão de trabalho para taxistas. “Irei ao MP do Estado e à delegacia de polícia, porque existem fraudes na concessão de taxistas que não estão trabalhando”, acusou.

O autor da proposta rebateu a justificativa do vereador Sandro Felipe, criticando a posição de outros vereadores. “Foi colocado que a empresa de ônibus aumentaria a tarifa. A que pontos que chegamos em Cruzeiro. O parlamento se curvando a uma empresa que sequer participou de licitação”, atacou.

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