MP mantém investigação sobre organização criminosa e desvio de recursos da saúde em Cachoeira

Deflagrada nesta semana, operação “Santo Remédio” prende apontado como envolvido em esquema; poder público entra na mira de apurações

A Prefeitura de Cachoeira Paulista, que é foco de investigação do MP por desvios na Saúde (Foto: Arquivo Atos)

Leandro Oliveira
Cachoeira Paulista

Cinco pessoas são investigadas e um homem teve prisão decretada após denúncia apurada pelo Ministério Público de São Paulo e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Os órgãos apuram irregularidades e possíveis desvios de recursos na saúde em Cachoeira Paulista. O MP cita constituição de organização criminosa além de outros crimes.

As identidades dos investigados e do envolvido detido na última terça-feira (22) não foram divulgadas pelo Ministério Público ou pelo Gaeco. Segundo nota, foi confirmado bloqueio de bens na ordem de R$ 982.201,27. “Os crimes imputados são de organização criminosa, peculato, falsidade ideológica e fraude a licitação”.

As irregularidades teriam sido cometidas na terceirização de serviços ligados à saúde no município. “A análise das provas obtidas durante as investigações revelou a existência de uma organização criminosa composta pelos acusados com o propósito de desviar recursos públicos de Cachoeira Paulista a partir da constituição fraudulenta de empresas”, informou o MP por nota.

Há ainda o apontamento de que as empresas “foram registradas em nome de laranjas”, o que poderia “viabilizar a obtenção de vantagens patrimoniais”. No documento publicado pelo Ministério Público, existem informações do Jurídico de que essas vantagens eram decorrentes de pagamentos feitos com dinheiro público pela organização social contratada pelo poder público. Mas o serviço não havia sido prestado, segundo o documento.

A Prefeitura foi procurada pela reportagem do Jornal Atos, mas não encaminhou resposta até o fechamento desta matéria. A investigação continua em curso e vai apurar a possível participação de agentes públicos e políticos no esquema, assim como a possibilidade de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, direitos e valores.

Em janeiro de 2019, o ex-secretário de Saúde de Cachoeira Paulista, Guilherme Marcondes, denunciou ao Jornal Atos um esquema de “fraude” no setor. A época, Marcondes citou a possível “quarteirização” de serviços após a criação de duas empresas e a emissão de notas frias para serviços não executados. No ano passado o Gaeco tomou à frente do caso e deu prosseguimento às investigações.

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