Há 140 anos sem reforma, Estação de Cachoeira continua abandonada

Presença de usuários de drogas segue como maior preocupação de vizinhos do prédio, que aguarda reforma depois de projetos cancelados no município

A antiga estação ferroviária de Cachoeira Paulista, prédio centenário que enfrenta o abandono e promessas de trabalhos para recuperação (Foto: Jéssica Dias)
A antiga estação ferroviária de Cachoeira Paulista, prédio centenário que enfrenta o abandono e promessas de trabalhos para recuperação (Foto: Jéssica Dias)

Jéssica Dias
Cachoeira Paulista

Há 19 anos sem operar, a Estação Ferroviária de Cachoeira Paulista sofre há anos com o abandono. Um projeto de restauração de 2013 do prédio continua parado. A ideia é transformar a estação em um museu, mas vários projetos de recuperação foram apresentados em governos anteriores e nenhum obteve futuro. Ao invés disso, somente o medo de quem convive com o esquecido prédio.

A construção, tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), desde 1982, foi administrada por anos pela empresa MRS Logística, que detém a concessão sobre a ferrovia que corta o município. Depois de diversas ações, a Prefeitura conseguiu, no final de 2010, a posse do local.

Sem caixa para custear a obra, o atual prefeito Edson Mota (PR), juntamente com o deputado federal, Márcio Alvino (PR), retomaram às conversas para captação de recursos para que a estação seja restaurada e o local transformado em Museu Nacional dos Ferroviários.

Mato alto, lixo e sinais da ocupação de dependentes químicos formam o cenário da segunda maior estação do Estado de São Paulo (depois apenas da Estação da Luz, na Capital). No prédio não há mais vidros, portas e janelas, muitas já foram roubadas.

A estudante de Pedagogia, Glauciane Cardoso da Cruz, 31 anos, que mora há cinco anos perto da estação, descreveu os perigos enfrentados pelas pessoas que passam pelo local. “Os grandes prejudicados são pessoas de fora que vem de outros bairros aqui da cidade mesmo, e os peregrinos que veem visitar a Canção Nova, e querem tirar foto na estação, por ser um lugar bonito e antigo”.

Glauciane ainda cobra uma postura da administração sobre os problemas do local. “A Prefeitura deveria tomar um posicionamento referente a isso, pois quando limpam os matos acabam dando espaço para os usuários, que entram e ficam lá. Quando o mato está alto eles não ficam dentro, então quem passa por lá consegue ver que tem gente, e pode prevenir”.

Quem mora próximo à estação enfrenta o cotidiano marcado pela presença de traficantes e dependentes químicos, que se escondem entre as velhas paredes. Os moradores de Cachoeira Paulista continuam sendo prejudicados com o impasse da estação ferroviária abandonada. O descaso tem sido alvo de reclamações dos vizinhos, durante anos, e as causas são as mesmas: os usuários de drogas, que trazem riscos a quem passa pelo local.

Procurada pela reportagem do Jornal Atos, a Prefeitura não respondeu à redação até o fechamento desta edição.

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